Miguel Albuquerque: ‘A relação com o continente é menos ruidosa’

Albuquerque diz que, ao contrário de Jardim, tem contas transparentes

Miguel Albuquerque: ‘A relação com o continente é menos ruidosa’

O PSD nacional foi bastante crítico em relação à solução encontrada por António Costa para governar o país. Qual é a sua opinião?

É uma solução com maior instabilidade, mas neste momento há um governo que está em funções e a minha obrigação é negociar e encontrar soluções a nível institucional e é isso que eu tenho feito. Nós temos tido uma posição firme dos interesses da região autónoma e simultaneamente temos mantido pontes de diálogo e de entendimento. O que aconteceu também com o anterior governo. Neste momento a minha função é dentro daquilo que são os interesses nacionais levar em linha de conta também os interesses da região e sobretudo levar em linha de conta uma nova realidade. Portugal é um país periférico e estrategicamente só ganhou quando se virou para o exterior. Sempre que se virou para o interior sofreu atrasos estruturais.

Alberto João Jardim teve sempre uma relação conflituosa com o continente. Como é atualmente essa relação?

É diferente e tem de ser diferente. As coisas mudaram. A dialética vai existir sempre, mas as relações são diferentes. Não será menos determinada, mas será possivelmente menos ruidosa.

A Madeira também sofreu muito com a austeridade?

Tivemos um plano de ajustamento. Cumprimos o plano de ajustamento com grande sacrifício da população. O plano terminou a 31 de Dezembro e nós tivemos a capacidade de conseguir financiamento a taxas muito boas. E, para além disso, conseguimos consolidar a ideia junto das instâncias de financiamento de que as contas da região são contas transparentes e credíveis. Publicamos as contas da região de três em três meses.

Não existia essa transparência nas contas da Madeira no tempo de Alberto João Jardim?

A situação era completamente diferente. Quando se chegou à conclusão que a região necessitava de um resgate parece que foi uma surpresa. Essa ideia de publicarmos as contas públicas mantém alguma pressão sobre o governo e obriga a termos muito cuidado na gestão dos dinheiros públicos.