Historiador britânico diz que descoberta de nau portuguesa em Omã “coloca o mundo de Vasco da Gama ao alcance da mão”

     

Roger Crowley, autor de “Conquistadores – Como Portugal criou o primeiro império global” (Editorial Presença), considera a descoberta, anunciada esta semana, de uma nau da armada de Vasco da Gama ao largo de Omã “altamente fascinante” e de “um enorme interesse histórico”. Para o historiador britânico, o achado do navio, que se afundou em 1503, “coloca o mundo de Vasco da Gama ao alcance da mão”.

Crowley soube da notícia através de um amigo, que lhe enviou um link para um jornal português. “Depois li o relatório arqueológico detalhado. Estava particularmente interessado porque este naufrágio foi muito notório na época e muito comentado”.

Entre os artefactos recuperados, o autor destaca as «balas de canhão com as iniciais VS (que assumimos ser de Vicente Sodré), loiça portuguesa, indiana, africana e chinesa – o que indica a variedade de rotas em que os portugueses estavam envolvidos -, o sino do navio, um disco de metal com a esfera armilar de D. Manuel, pequenas armas de fogo e moedas raras. Os especialistas estão particularmente entusiasmados com uma moeda de prata chamada Índio, cunhada para o comércio com a Índia, que é o único exemplar que se conhece».

Para Crowley, a responsabilidade pelo naufrágio pertence inteiramente a Vicente Sodré, tio de Vasco da Gama, comandante do navio e um homem conhecido pela sua crueldade. “Parece óbvio que os irmãos Sodré foram pessoalmente responsáveis pelos naufrágios [pois com este navio, que se pensa ser o Esmeralda, afundou-se também outro, o São Pedro]. Os pastores muçulmanos avisaram-nos da tempestade que se aproximava. Mas os Sodrés recusaram-se a acreditar neles. Os cronistas da época acreditam que os Sodrés tiveram a justa recompensa pela sua ganância e violência”, declara ao SOL.

Leia uma versão complete desta notícia na edição do SOL deste sábado