Lava Jato: empresário luso brasileiro detido em Lisboa já não saía de casa

A Polícia Judiciária considera que a operação desta manhã em que foi detido Raul Schmidt, um dos foragidos do megaprocesso Lava Jato, teve grande “complexidade”. O empresário luso-brasileiro, que é suspeito de ter sido intermediário de luvas que foram pagas a ex-diretores da petrolífera Petrobras, estaria escondido há muito tempo para evitar a sua localização.

Lava Jato: empresário luso brasileiro detido em Lisboa já não saía de casa

Segundo o SOL apurou junto de fontes próximas deste caso, Raul Schmidt Junior não saía de sua casa, no centro de Lisboa, há várias semanas. Vivia com a sua mulher e um outro familiar num apartamento avaliado em perto de 3 milhões de euros que estaria em nome de uma conta de offshore sediada na Nova Zelândia.

Schmidt viveu em Londres até 2015. As autoridades acreditam que se mudou para Portugal para se escudar na sua nacionalidade portuguesa, caso surgisse – como acabou por acontecer – um pedido de extradição por parte das autoridades brasileiras.

Mas apesar disso, a Procuradoria-Geral da República portuguesa revelou hoje que as autoridades brasileiras já manifestaram “a intenção de desencadear um processo de extradição”.

Nas diligências desta segunda-feira estiveram envolvidos 14 inspetores da Polícia Judiciária, um procurador e um juiz, bem como elementos da investigação brasileira. O Sol já tinha avançado este Sábado de que iriam ter lugar em Lisboa diversas diligências no âmbito da Operação Lava Jato e que contariam com a presença do procurador Diogo Castro de Mattos. A Polícia Judiciária refere que também estiveram dois elementos da Polícia Federal.

Além da detenção terão sido apreendidas várias obras de arte e documentação que será importante para a investigação que está a ser feita do outro lado do Atlântico.

Segundo comunicado da PJ, “o detido foi investigado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal do Brasil por ter agido como intermediário de operações da Petrobras que levaram ao recebimento indevido de comissões no valor de vários milhões de reais”.