548 dias depois, Seguro falou de Costa

António José Seguro remeteu-se ao silêncio, sobre a vida interna do PS e sobre a actualidade política nacional, após as directas em que saiu derrotado. Hoje, porém, criticou a forma como António Costa se promoveu nos media para chegar à liderança dos socialistas.

 António Costa, "o que fez foi estar na Quadratura do Circulo, na SIC, onde foi projetando e formando a sua imagem”, disse António José Seguro, falando dos três anos em que tinha liderado o PS. Uma crítica na linha da que usara na campanha das directas, quando acusou o adversário, então presidente do município de Lisboa, de estar “à janela da câmara”, à espera do seu momento chegar.
 
Seguro acrescentou hoje que quem lidera um partido político tem "uma exigência e uma responsabilidade que é completamente diferente de alguém que está sentado num estúdio de televisão para fazer comentário político uma vez por semana” e que “fala do que quer”.
 
As palavras do ex-líder do PS, citadas pelo Expresso, foram proferidas hoje na conferência “As dinâmicas eleitorais em Portugal”, inserida no II Encontro Nacional de Estudantes de Ciência Política.
 
Na sua intervenção, Seguro dissertou criticamente sobre o fenómeno do aproveitamento do espaço mediático na promoção de projectos políticos.Referiu ainda Marcelo Rebelo de Sousa que "esteve anos e anos e anos como comentador" e foi eleito sem apoios partidários, sendo por isso um caso digno de estudo. E falou também de José Sócrates. O ex-primeiro-ministro do PS obteve uma maioria absoluta inédita porque "teve previamente uma grande exposição mediática" como comentador – argumentou.
 
O ex-secretário geral do PS voltou ao espaço público esta mês com a apresentação da edição em livro da sua tese de mestrado, intitulado “A Reforma do Parlamento Português. A tese valeu-lhe 18 valores, no mestrado realizado no ISCTE. Depois de ter apresentado o livro em Lisboa, António José Seguro tem realizado várias apresentações pelo país, num circuito que já tem datas até Abril e poderá continuar no mês seguinte.
 
Na primeira das apresentações, rodeado de políticos, sobretudo do PS, Seguro afirmou que é  um “homem livre” e que “há muita política para lá da vida partidária”.
 
manuel.a.magalhaes@newsplex.pt