Passos: “O dr. Rebelo de Sousa não tem de ser instrumentalizado por ninguém”

Parte da intervenção de Pedro Passos Coelho ontem no Congresso foi para saudar a eleição de Marcelo e instá-lo a não ter receio de assumir posições. Hoje, volta a insistir que o Presidente “pode estar de acordo com muitos portugueses, que isso não é desunir”. Mas recusa qualquer instrumentalização do Presidente seja de quem for.

Passos: “O dr. Rebelo de Sousa não tem de ser instrumentalizado por ninguém”

Parte da intervenção de Pedro Passos Coelho ontem no Congresso foi para saudar a eleição de Marcelo e instá-lo a não ter receio de assumir posições. Hoje, volta a insistir que o Presidente "pode estar de acordo com muitos portugueses, que isso não é desunir". Mas recusa qualquer instrumentalização do Presidente seja de quem for.

Referindo-se sempre ao Presidente da República como "o dr. Rebelo de Sousa", Passos Coelho lembrou que aquele que agora ocupa o Palácio de Belém já foi líder do PSD, mas "não é expressão do PSD e não deve ser instrumentalizado por ninguém".

E este "ninguém" a que Passos se refere tem um sublinhado apontado para o Governo e António Costa que tem aparecido ao lado de Marcelo, beneficiando do apoio do Presidente na defesa da sua intervenção para evitar a espanholização da banca nacional.

"Não sei se o Presidente da República defendeu o Governo. Isso é com o Presidente. Eu não comento as intervenções do Presidente", sublinhou Passos, hoje num tom mais frio em relação a Marcelo do que faria adivinhar o "afeto" com que ontem saudou a sua eleição para Belém.

Passos Coelho não muda, de resto, uma vírgula ao que disse sobre a interferência do Governo junto da banca, que condenou por achar que o Estado tem instrumentos "como a CMVM e o Banco de Portugal" para intervir quando necessário, não devendo nunca interferir em "empresas privadas que têm os seus acionistas".

"O Estado pode entender que pode ser necessário uma intervenção", admite o líder do PSD, que acha até que o Governo "pode decidir nacionalizar" um banco se achar necessário. "Pode ser discutível. Podemos discordar mas está dentro das regras".

"Outra coisa é o Estado e o Governo andar a interferir em empresas privadas que têm acionistas. E aí o Estado não pode intervir", sustenta Passos.

margarida.davim@sol.pt