Entre 2005 e 2014, houve um aumento de 12% da mortalidade global por doenças respiratórias, revela o documento. Entre as doenças respiratórias que provocam mais mortes estão os tumores malignos respiratórios – que registaram um aumento de 21% – e também as pneumonias, que cresceram 28%. As fibroses pulmonares foram, no entanto, a doença que mais aumentou: em dez anos (2005-2014), o número de internamentos cresceu 69%. Por oposição, a única doença com resultados positivos, ou seja, com menos prevalência, foi a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). No caso dos internamentos de utentes com DPOC a percentagem caiu mais de 30% nos últimos dez anos. Este resultado favorável está associado, segundo o relatório “à melhoria da resposta ao SNS a estes doentes, capazes de controlar a doença maioritariamente em ambulatório”.
O documento foi elaborado por 21 especialistas de renome da área da pneumologia e do setor da saúde em Portugal, que alertam para a “carência do número de pneumologistas a prestarem serviço nos Hospitais Públicos em Portugal”. Para Artur Teles de Araújo, presidente do ONDR e da Fundação Portuguesa do Pulmão, as assimetrias regionais no país são preocupantes, pois condicionam a acessibilidade dos doentes respiratórios aos cuidados de saúde. “Há acentuadas assimetrias regionais cujas causas têm de se caracterizar, de forma a podermos melhorar a qualidade e o acesso à saúde respiratória dos portugueses”, considera. “É na Região de Lisboa e Vale do Tejo que se verificam as maiores taxas percentuais de internamentos por pneumonia, seguidas das regiões Norte e Centro.
Existe uma clara lacuna de acesso a estes cuidados nas outras regiões, como é o caso do Algarve e das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Relativamente aos motivos e fatores que condicionam a acessibilidade dos doentes respiratórios a estes cuidados foram referenciados fatores como a distância aos hospitais, o número de dias de internamento e a existência de patologias responsáveis pela gravidade das situações clínicas, e necessidade de monitorização dos doentes”, conclui.