Rio magoado com Santana: ‘Assim, não!’

Rui Rio não foi ao congresso do PSD para não ser, segundo ele, a figura central do congresso. Mas acabou por ser uma das figuras mais criticadas, e isso causou-lhe mágoa. Findo o conclave laranja em Espinho, o ex-presidente da câmara do Porto vem dizer que foi mal interpretado e que ficou “triste” por ter…

“Fiquei triste ao ouvir uma pessoa pela qual tenho consideração pessoal, como Pedro Santana Lopes, insinuar que eu não fui ao Congresso para não ofuscar o líder, quando ele sabe que eu nunca disse tal coisa e que essa postura, pura e simplesmente, não joga com a minha maneira de ser”, escreve Rui Rio, numa crónica hoje publicada no JN.

Além de Santana, há outro orador no congresso que é visado. “Como também me penalizou ouvir o secretário-geral Matos Rosa, pessoa que não conhecendo muito bem tenho em boa conta ética e moral, dizer com injusta ironia que eu revelo grande humildade. Quem me conhece e está de boa-fé sabe que eu sou o contrário disso”.

As referências que “congressistas com efetivas responsabilidades políticas” lhe dirigiram no congresso, Rio vê-as como uma forma de procurar “exorcizar um fantasma que que criaram no seu imaginário e os aterroriza”.

Rio tinha dito numa entrevista à TSF antes do congresso que não ia a Espinho porque arriscava “a ser uma figura central no Congresso”. Esclarece agora que estava a falar “com absoluta sinceridade”, mas que era para evitar “lógicas políticas inverosímeis e bem longe da verdade”, acrescentando que foi isso que aconteceu nas presidenciais, em que 90% das notícias publicadas sobre si (dando-o como candidato) “nada tinham de adesão à verdade”.

A ausência neste congresso, explica, “está, aliás, na linha do que sempre aconteceu”. Rio foi aos congressos em que tinha cargos partidários, faltando aos outros, aqueles em que era simples militante de base, a sua condição desde 2010. Quanto aos que o criticaram por não ir, a o fazerem da ausência “um tema central do Congresso acabam, na prática, por dar razão” a Rio por ter decidido não ir a Espinho.

“Não teria havido palavra minha que não tivesse tido mil e uma interpretações e mil e uma especulações, ou seja, justamente, o que eu não queria. Assim não!”, conclui o ex-secretário-geral do PSD, no tempo em que Marcelo de Sousa era o líder do partido.  

manuel.a.magalhaes@sol.pt