As informacões sobre o chamado caso Papéis do Panamá foram avançadas pela TVI e Expresso, depois de na última semana o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação ter referido a existência de várias dezenas de envolvidos com nacionalidade portuguesa.
Um jornal irlandês parceiro deste consórcio falava em 34 portugueses e 244 empresas nacionais.
Outra das revelações sobre Portugal contida nos mais de 11 milhões de documentos é o facto de as offshores do Panamá terem ajudado a esconder o "saco azul" do Grupo Espirito Santo durante 21 anos.
Refere o Expresso que pela Espirito Santo Enterprises terão passado mais de 300 milhões de euros.
Nome de ex-ministros e Isabel dos Santos referidos
Esta noite houve ainda outras informações relevantes. Um português, quadro do Banque Internationale à Luxembourg, reuniu em 2013 com responsáveis do escritório de advogados Mossack Fonseca – especializado em constituir sociedades offshore.
O nome do homem, descrito nos Papéis do Panamá como “sénior private banker”, é Jorge Cunha e procurava adquirir companhias offshore em Hong Kong e no Panamá que pudessem ser titulares de contas bancárias.
Segundo noticía a TVI e o Expresso, Jorge Cunha – registado na Mossack Fonseca como cliente 37356 – terá referido que “alguns dos clientes finais do contato em Portugal são ex-ministros e/ou políticos”.
Nos documentos é ainda referido que por serem ex -governantes e políticos iriam aparecer como “PEP [Pessoas Politicamente Expostas] no processo de dever de diligência”, em que se verifica o perfil dos beneficiários, as suas relações pessoais e profissionais e ainda a origem do dinheiro.
Este gestor de fortunas terá também admitido contactos ao mais alto nivel no espaço lusófono, incluindo com um representante de Isabel dos Santos.
O mesmo gestor de fortunas seria apenas um dos muitos portugueses envolvidos, na lista quase interminável de pessoas com contas offshore no Panamá.