Produtores de leite regressam aos protestos

Os produtores de leite voltam hoje aos protestos com uma ação junto de consumidores em diferentes superfícies de restauração no Porto.

De acordo com o comunicado da Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP) enviado para as redações, “haverá bandeiras nacionais e serão distribuídos folhetos aos consumidores e um novo cartaz desenvolvido pela APROLEP destinado a promover o leite e produtos lácteos portugueses em mercearias, supermercados, cafés e outras superfícies comerciais de pequena e média dimensão”. O cartaz será ainda afixado em reboques e máquinas agrícolas que vão circular nas colheitas e sementeiras que vão decorrer nos próximos meses.

A associação recorda que as “restrições à produção, os preços muito baixos e as situações de atrasos de pagamento estão a levar muitos produtores e suas famílias ao desespero”.

A crise que se faz sentir no setor tem levado a vários protestos nos últimos tempos. Em março passado, os produtores de leite juntaram-se a outros representantes do setor e ao da carne e fizeram uma das maiores manifestações de sempre.

O protesto juntou cerca de duas centenas de tratores em direção ao Porto. Este protesto decorreu no mesmo dia em que o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, rumou a Bruxelas para participar numa reunião de ministros da Agricultura da União Europeia. Um encontro onde a Comissão Europeia autorizou medidas para reduzir a produção de leite e de carne de porco de forma a equilibrar o mercado. No final da reunião, Capoulas Santos revelou ainda que foi duplicado o limite para a ajuda à armazenagem de leite em pó magro e de manteiga.

Já antes desta manifestação, cerca de 300 camiões de suinicultores do país inteiro se tinham deslocado para Lisboa, de forma a protestarem em frente ao Ministério da Agricultura. Mais uma vez foi pedida ajuda para os suinicultores que, de acordo com os manifestantes, enfrentam “graves dificuldades”.

Por esta altura, Carlos Neves, presidente da APROLEP, fazia saber que a situação é complexa e cada vez mais grave. “O setor sentia necessidade de fazer uma grande manifestação. Estamos, muitos de nós, a receber 20 cêntimos, 22, alguns a 25, e estão, muitos outros, obrigados a reduzir drasticamente a produção de um mês para o outro 20%. Estamos obrigados a abater animais, o que nos vai impedir de cumprir as prestações e o que tínhamos programado”, explicou o dirigente.