Ângelo Correia,Champalimaud e deputados da Madeira nos Panama Papers

Foram revelados este sábado mais nomes de portugueses que aparecem nos documentos da Mossack Fonseca.

O Expresso revela que os atuais presidente e vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Tranquada Gomes e Miguel de Sousa, tiveram procurações passadas em sem nome por diferentes offshores registadas pela Mossack Fonseca.

Tranquada Gomes assume as procurações em seu nome – passadas entre 1994 e 2005, enquanto consultor jurídico da Madeira Management, com sede no Centro Internacional de Negócios da Madeira. No entanto, o presidente da Assembleia da Madeira diz não se lembrar de ter exercido o poder que as procurações lhe atribuíam. Foram "atos banais da profissão de advogado", afirma.

O vice-presidente Miguel de Sousa surge em procurações de 1996 e 1998, passadas pela Kadiroi Corporation, Kaltech Enterprises GmbH e Benington Properties Limited, incorporadas numa jurisdição da Nova Zelândia. Na altura, Miguel de Sousa já era vice-presidente da Assembleia e deputado do PSD, mas afirma que as procurações foram passadas no âmbito da sua profissão, não tendo exercido os poderes para que era mandatado.

O nome do antigo ministro e empresário Ângelo Correia também aparece nos documentos como administrador único de uma empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas entre dezembro de 2004 e agosto de 2005.

Ângelo Correia diz que não se recorda da empresa: "Trabalhei para muita gente e pode ter sido que me tenham nomeado para essa empresa e eu tenha assinado".

Pedro Queiroz Pereira, dono da Semapa, da Portucel e um dos homens mais ricos do país, também teve duas sociedades no Panamá criadas através da Mossack Fonseca, revela o mesmo jornal. Uma das empresas foi usada para pagar um contrato de aluguer de jatos privados em 2006, com a Netjets. O empresário ainda não comentou a informação divulgada hoje.

Os Papéis do Panamá revelam ainda os nomes de dois membros da família Champalimaud: Luís de Melo Champalimaud, filho deAntónio Champalimaud, e Sofia Champalimaud Charters Monteiro, neta do milionário. Luís surge associado à Newlake Investments SA e a uma conta no banco suíço UBS – o objetivo seria a movimentação de títulos financeiros.