Mário Nogueira: ‘Eu nunca me esqueci, como Passos, de pagar a Segurança Social’

A polémica em torno dos contratos de associação continua ao rubro. Depois das insinuações feitas por Passos Coelho de que o ministro da Educação estaria ao serviço dos sindicatos, é o líder da Fenprof que vem defender Tiago Brandão Rodrigues.

Mário Nogueira: ‘Eu nunca me esqueci, como Passos, de pagar a Segurança Social’

"Se há coisa que me distingue de Pedro Passos Coelho é que eu nunca me esqueci de pagar a Segurança Social", ironiza Mário Nogueira, em declarações ao i, quando questionado sobre as afirmações feitas pelo líder do PSD.

Nogueira estranha mesmo o ataque de Passos Coelho às reuniões trimestrais entre sindicatos e Ministério da Educação pedidas pela FNE e aceites por Brandão Rodrigues.

"O PSD já gostou tanto de nós que o Luís Filipe Menezes, quando era líder, até nos pediu uma reunião. Nessa altura, gostavam de ficar na fotografia connosco", afirma o sindicalista, que recorda também ter sido chamado à sede do PSD quando Passos era líder da oposição. "Depois disso, nunca mais quis saber de nós", acrescenta Mário Nogueira, recusando falar pelo ministro da Educação nesta polémica. "Se Passos acha que nas intenções do Governo há uma intenção de servir os sindicatos, eu acho que só perguntando ao próprio ministro", responde.

Há, porém, um tema no qual o líder da Fenprof não hesita em sair em defesa de Tiago Brandão Rodrigues: a forma como o Ministério está a conduzir o dossiê dos contratos de associação: "O que o Ministério está a fazer é verificar se os colégios estão a cumprir os termos do concurso público que foi feito pelo ministro Nuno Crato".

Mário Nogueira diz mesmo que na altura do anterior governo o seu sindicato saudou a iniciativa de fazer concursos públicos para atribuir contratos, "tornando o processo mais transparente".

Nessa altura como agora, o que a Fenprof critica é a existência de redundâncias entre essa oferta privada financiada pelo Estado e a rede pública.

"O concurso instituía zonas geográficas para os contratos e determinava que os alunos só poderiam ser provenientes de determinadas freguesias. O que se está a fazer agora é verificar através da Inspeção Geral da Educação se isso está a ser cumprido", justifica, adiantando as razões para o nervosismo dos colégios.

"O problema é que há vários sítios onde os colégios têm carrinhas para ir buscar os alunos a outras freguesias. Isso não seria problema se fossem os pais a pagar as mensalidades, mas não pode ser feito em turmas financiados com contrato de associação", explica.