Ataques em Bagdade reivindicados pelo Estado Islâmico

No dia mais sangrento de 2016 em Bagdade, pelo menos 94 pessoas morreram e duas centenas ficaram feridas na sequência de três ataques bombistas que viriam a ser reivindicados pelo Estado Islâmico.

O bairro xiita de Sadr City foi o mais afetado pela matança do grupo sunita: a explosão de um carro-bomba provocou pelo menos 64 mortos numa das zonas mais pobres da capital iraquiana. Horas depois, dois bombistas suicidas espalharam o caos noutros dois locais da cidade. 

Segundo a nota reivindicativa do Daesh, o mártir Abu Suleiman al Ansari teria como alvo membros da milícia xiita das Unidades de Mobilização Popular, mas a Reuters avançava que a maior parte das vítimas são mulheres, pois o bombista fez-se rebenter próximo de um mercado muito movimentado.

O conflito étnico entre sunitas e xiitas volta assim em força à capital num momento de paralisia política: desde o início do mês que o parlamento não reúne em plenário, uma vez que curdos e sunitas se recusam a participar em debates enquanto não forem encontrados e penalizados os responsáveis do assalto ao Parlamento no último dia de abril. Uma oportunidade não desperdiçada pelo EI, que assim aproveitou para atacar os inimigos xiitas, tido também como principais responsáveis pelos avanços registados pelo exército na recuperação de território controlado desde 2014 pelo grupo terrorista. Ontem já vários meios internacionais avançavam que estes ataques podem adiar a operação de retomada de Mossul, a terceira maior cidade do país que serve como capital iraquiana do Daesh.