António Varela, o homem que descreveu um cenário negro no Banif

O homem que assina a carta enviada à Direção-geral da Concorrência da Comissão Europeia já não está no Banco de Portugal (BdP). António Varela saiu em março deste ano do lugar que ocupava na supervisão do sistema bancário.

Varela tinha chegado ao BdP em setembro de 2014 com a missão de melhorar a supervisão feita aos bancos. Foi nomeado por Maria Luís Albuquerque no rescaldo da queda do BES e sobre si pesava a expectativa de evitar um novo caso como o do Espírito Santo. Quando tomou posse, Maria Luís não poupou o seu antecessor. “Face aos desafios que o Banco de Portugal enfrenta, é fundamental o reforço das competências nas áreas mais críticas de actuação", dizia a então ministra das Finanças, que considerava Varela “uma pessoa bem preparada”.

No currículo de António Varela estava já outra nomeação feita por Vítor Gaspar, quando Maria Luís era secretária de Estado das Finanças: para a administração do Banif de onde saiu para o órgão regulador.  Foi escolhido para representar o Estado na administração do banco depois da injecção de 1,1 mil milhões de euros em 2013.

Quando em dezembro de 2015 foi decidida a resolução do Banco do Funchal, saiu da sala para não participar na votação sobre uma instituição na qual tinha estado como administrador, alegando “ser depositante do Banif e detentor de valores mobiliários por este emitidos".

Banif. Banco de Portugal descrevia cenário negro no dia em que Costa tomou posse