Marinho e Pinto: “Presunção de inocência não existe em política”

O ex-bastonário da Ordem dos Advogados e líder do Partido Democrático e Renovador, Marinho e Pinto, revelou ao início da tarde que os membros do seu partido detidos por suspeitas de rapto e homicídio de um empresário de Braga foram suspensos das atividades partidárias.

Marinho e Pinto: “Presunção de inocência não existe em política”

Tal com o SOL já tinha noticiado, a decisão foi tomada numa reunião da comissão política do PDR. Na conferência de imprensa marcada para a hora de almoço, Marinho e Pinto garantiu que o seu partido não “enterra a cabeça na areia” depois de tudo o que foi noticiado e deixou claro que “um político tem de estar acima de qualquer suspeita”.  

No total, são quatro os membros do PDR que foram detidos no âmbito da Operação Fireball. Pedro Bourbon, vice-presidente do PDR, é, além disso, amigo de Marinho e Pinto.

Mas esse não é um fator que limite o ex-bastonário: “[Caso se venha a provar a responsabilidade pelos crimes], irei agradecer à PJ por ter livrado o partido de pessoas que cometem este tipo de crimes”.

O líder do PDR deixou ainda uma palavra de solidariedade às famílias da vítima e dos suspeitos.

Em declarações ao SOL, Marinho e Pinto já havia demonstrado a sua consternação, lembrando que “o partido não tem nada a ver com isso, tal como o PS não teve nada a ver com José Sócrates, nem o PSD a ver com Duarte Lima”. 

A operação Fireball

Entre os sete detidos por suspeitas de rapto e homicídio de um empresário de Braga em março estão o advogado Pedro Grancho Bourbon, secretário-geral do Partido Democrático e Republicano (PDR), liderado por Marinho e Pinto, e o seu irmão Manuel Grancho Bourbon, também advogado. Ambos terão solicitado a um grupo de empresários – cinco homens ligados ao ramo das cobranças difíceis – para matar JoãoFernandes. 

Em março, o pai da vítima já havia referido que o desaparecimento do filho poderia estar relacionado com um negócio que envolvia o advogado Pedro Grancho Bourbon. 

Isto porque, segundo contou, Bourbon teria estado envolvido na criação de uma empresa destinada a camuflar património de Fernando Fernandes (o pai da vítima), tendo surgido nesse processo divergências entre ambos.

Os advogados agora suspeitos ter-se-ão apoderado de parte do seu património, que as autoridades acreditam ser de vários milhões de euros.

Oficialmente, a Polícia Judiciária afirmou apenas que os sete suspeitos têm idades entre os 27 e os 41 anos, adiantando que um deles tem “antecedentes criminais por homicídio na forma tentada e tráfico de estupefacientes”.

O SOL contactou ontem o escritório de advogados de Pedro Grancho Bourbon, não tendo sido prestados quaisquer esclarecimentos.