Rock in Rio: Peddy-paper na Bela Vista

Já ontem se tinha iniciado o cortejo decadente das cadeiras de plástico. Os críticos, aquela gama de gente que vem mas que faz questão de esclarecer que esta onda familiar não é fauna para habitar festivais, até esses admitirão, que, mais logo, quando os Queen se aproximarem da terceira hora de concerto essa teria sido…

Rock in Rio: Peddy-paper na Bela Vista

O calor nem avisou que vinha ao segundo dia, e nós a achar que só tinha bilhete para os últimos três. De tal forma que há quem aproveite para se refrescar na fonte da entrada, espertos. Ao lado a Yorn tem a melhor hashtag do festival: #bundalicious, a que se segue o lema "Bundas of the world unite". Até estaria tudo dito se não sobrasse um palco onde um VJ e duas bailarinas dão uma aula de dança atrevida, essencial nos tempos que correm.

Pausa para a melhor t-shirt do festival: "My boss thinks I'm a rockstar", frase que, em podendo, pedíamos emprestada. Tirando a fila para a Samsung, os brindes estão mornos por esta altura da tarde, ainda não são 18h.

Decidimos, já agastados com a nossa própria falta de inteligência quando comparada com os peritos de brindes, de cadeiras de encher, ir relaxar na mata do Rock in Rio, se é que isso existe. Mas as árvores e a sombra que projetam assim o indicam, muitos são os festivaleiros que retemperam calorias, organizam ideias entre o calor asfixiante, agravado por colinas desta dimensão. Não fosse o zumbido dos geradores dos muitos stands do festival e isto era quase Monsanto, a pedir toalha vermelha e branca, obviamente aos quadrados.

Outra das fugas ao sol que o público inventou foi a escadaria da zona de alimentação no stand da Pepsi, onde se lê "O melhor kebab à portuguesa", ou seja, cuidado com o que pode vir dali, os episódios recentes assim o indicam, há um kebab pós-rixa no Cais do Sodré.

Contas de outro rosário, que apenas servem para enquadrar a tela da sombra que por esta hora, tirando os fanáticos de Queen que trouxeram tenda, se revela obrigatória. Aqui, no Monsanto, só falta uma cama de rede, e assim piscamos olho à organização, ideia que pode resultar em 2018.

Ambiente tropical, portanto, que junto à zona de imprensa esquenta ainda mais. O palco com mais ritmo deste festival: de meia em meia hora o Street Dance atira uma atuação tão evasiva que chega a atrair senhores de bigode e chapéu de palha. Dos brindes claro. O espírito swag on, com um VJ como um VJ sempre tem que ser: exagerado. Assim vão as modas ao fim da tarde. Os Queen e o Adam Lambert que se cuidem.