Arco: Com um pé no Brasil e os olhos em África

Dois dias de ArcoLisboa já lá vão mas enquanto houver fim de semana há feira para visitar. Esta manhã são as galerias da zona do Chiado – Graça Brandão, 3+1 Arte Contemporânea, João Esteves de Oliveira – com aberturas especiais durante a manhã para o brunch das galerias, entre as 10h30 e pouco depois do…

Arco: Com um pé no Brasil e os olhos em África

Numa versão muito mais reduzida do que aquela que a Arco apresenta na capital espanhola, estão representadas na feira 45 galerias de oito países, com uma forte presença de galerias portuguesas, logo depois das óbvias portuguesas e espanholas. A ArcoLisboa é «uma feira de seleção», diz o diretor Carlos Urroz. «Focámo-nos sobretudo na qualidade do programa e dos artistas representados, de forma a que fizessem também sentido neste contexto». As semelhanças com a irmã mais velha que há 30 anos se realiza em Madrid são «quase nenhumas: as galerias são diferentes, algumas repetem mas as obras são todas diferentes. Está mais vinculada aos conteúdos da arte portuguesa, porque há muitos artistas portugueses representados, mas num contexto internacional, com galerias de Los Angeles, de Nova Iorque, da Colômbia». 

Ao longo dos dois corredores laterais que vão de ponta à outra da feira, nomes internacionais como Joaquín Torres Garcia, Mario Merz, Dan Graham, Robert Barry, Lawrence Weiner, Julian Opie, Daniel Steegmann – com as suas cortinas de alumínio na Múrias Centeno a serem uma das obras que mais se fazem notar nesta primeira edição fora de portas da Arco – convivem com Julião Sarmento, Pedro Cabrita Reis, Joana Vasconcelos ou João Maria Gusmão + Pedro Paiva, dupla representada no espaço de Juana de Aizpuru, galerista espanhola que pôs em marcha a primeira edição da Arco em Madrid, nos anos 80, e que nesta edição na capital portuguesa dá destaque a vários artistas nacionais.

«Não se tratava de fazer aqui outra ArcoMadrid, Madrid  está demasiado perto, os portugueses vão lá todos os anos», diz a galerista, que destaca a importância estratégica que pode ter Lisboa. «Tratava-se de fazer uma feira que como não existia ainda e pensou-se em Lisboa pelo sítio maravilhoso que é e porque Portugal sempre esteve muito ligado a África. E da mesma maneira que a Arco foi a porta por onde o mercado latino-americano entrou no meio europeu, esta feira pode servir como uma porta para a arte africana».