Serviços de informação portugueses sob a mira da NATO

Detenção do espião português em Roma e a informação de que teria tido acesso a informações altamente classificadas levou organização transatlântica a avançar com uma auditoria aos serviços de informação

O "Diário de Notícias" avança hoje a informação de que os serviços de informação portugueses vão ser alvo de uma auditoria conduzida pelo departamento de segurança da NATO.

Na semana passada, o SOL escreveu que a direção do Serviço de Informações da República Portuguesa tinha, de forma discreta, tomado medidas para evitar que as informações mais sensíveis chegassem  Frederico Carvalhão Gil. A ideia era possibilitar que a investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal avançasse até reunir oprovas suficientes e impedir, ao mesmo tempo, que matérias sensíveis da NATO – precisamente as que mais interessavam aos serviços de informação russos – chegassem ao espião que terá corrompido o gente secreto português.

No entanto, essas medidas preventivas poderão não ter sido suficientes. Às mãos de Vladimir Putin poderão ter chegado dossiers classificados como "secreto" e "muito secreto", altamente comprometedores da reserva de questões de segurança que envolvem os países da NATO.

Daí que, segundo o "DN", na próxima semana devam chegar a Lisboa elementos do Nato Security Office. Avaliar o tipo de informação passada por Carvalhão Gil é um dos objetivos da missão. O outro será perceber se, dentro das secretas portuguesas, o espião – com trinta anos de experiência no setor – contou com algum cúmplice.