Bruxelas aberta à recapitalização da CGD

A comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, admitiu esta segunda-feira, em entrevista à TSF, que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) pode ser recapitalizada pelo Estado, desde essa operação seja semelhante à que um privado faria.

"Como uma questão de princípio, um Estado pode investir. Não tem de ser necessariamente Ajuda de Estado. Se o Estado investir como um investidor privado o faria, bem isso é excelente para nós e, claro, não é Ajuda de Estado", explicou a Comissária.

Vestager acrescentou que no executivo comunitário não tem preconceitos em relação à propriedade pública de um banco. "De maneira nenhuma. Nós somos neutros em relação à propriedade. Por isso, não há qualquer questão em relação à propriedade".

A responsável reforça que "os únicos casos em que temos um papel a desempenhar é, obviamente, quando o dinheiro dos contribuintes é usado de uma forma que não similar à forma como um investidor privado usaria o dinheiro".

A CGD precisa de uma injeção de capital que superar os quatro mil milhões de euros. Com  um elevado montante de crédito em risco – mais de oito mil milhões de euros, segundo o último relatório anual –, a CGD pode ter de reconhecer mais perdas para ‘limpar’ é cumprir os rácios de capital impostos pelo BCE e pelo Banco de Portugal.