Mendes defende comissão de inquérito à CGD

“Convinha que o Governo explicasse por que se vai injetar quatro mil milhões de euros na Caixa geral de Depósitos” e deveria haver uma comissão parlamentar de inquérito para apurar “o que conduziu a este buraco” nas contas do banco público e de quem é a responsabilidade, defendeu ontem Marques Mendes, na SIC. 

Depois de lembrar os casos do BPN, do BES e do Banif, em que o Estado teve de desembolsar milhares de milhões de euros, o que foi objeto de comissões parlamentares de inquérito, Mendes salientou que, “nos últimos anos, a CGD recebeu 2,6 mil milhões de aumentos de capital e, se agora receber mais 4 mil milhões, já é mais de metade do dinheiro que o Estado recebeu da troika para a banca”.

“Ninguém tem uma dúvida de que houve má gestão na CGD”, acrescentou, referindo em particular os anos de 2007, 2008 e 2009, em que são até conhecidos casos de crédito mal concedido”. Ou seja, “o buraco é enorme, construído ao longo de vários anos, o que quer dizer que houve más decisões e alguém é responsável”.

Mendes questionou ainda o facto de nem PS nem PSD parecerem ter interesse em tomar a iniciativa de fazer uma comissão de inquérito à Caixa, talvez por causa do “bloco central de interesses”: “Por que se faz uma comissão para os outros bancos e para a CGD não? O PS e o PSD têm medo de fazer aqui um inquérito porquê? Porque muitos dos gestores do passado eram dos dois partidos?”.