Durante a entrevista, o ministro garantiu que o PEGIDA é uma “desgraça para a Alemanha”, acusando o movimento de espalhar uma “mensagem de ódio” e de ser um embaraço para o país.
“Eu recebi ameaças de morte com data, hora e local”, confessou Maas, garantindo até que chegou a receber na sua caixa do correio uma bala de nove milímetros.
Ainda assim, o ministro alemão salientou que as ameaças não o assustam e que sabe lidar com a propaganda de direita. “Eu posso, pessoalmente, não ter levado a sério, mas muito do que está para vir é nojento. Mas o melhor é ignorar”, disse Maas.
Quando questionado sobre de onde viriam as ameaças, o ministro não hesitou. “Especialmente do PEGIDA, AFD, NPD e o que mais existe na extrema-direita. Esta é a parte da sociedade que corre para a xenofobia e o racismo”, criticou.
Foi no dia 1 de maio que o ministro alemão viveu pela primeira vez as ameaças dos extremistas, quando um grupo de manifestantes tentou fazer cancelar um festival tradicional na Alemanha gritando a palavra “traidor”. Segundo Maas, desde esse dia, “os grupos de extrema–direita tentam dificultar” todas as suas aparições públicas.
Maas não é o único político alemão a receber ameaças violentas.
Na passada quinta-feira, a Alemanha reconheceu o genocídio dos arménios. Cem Ozdemir, de origem turca e presidente do partido alemão Os Verdes, votou a favor. O gesto provocou a revolta da extrema-direita turca.
Cem Ozdemir disse à ARD que foi bastante insultado e que recebeu uma carta onde se lia que “mais de metade da população turca rejeita justamente a acusação de genocídio e que a interpreta como uma calúnia”. O presidente dos Verdes teve de receber proteção policial. “O radicalismo da extrema-direita não é privilégio da Alemanha. Também existe na Turquia e entre turcos e alemães”, disse Ozdemir.