Itália-Suécia. Squadra azurra já está nos oitavos-de-final do Euro’16

A Itália venceu a Suécia por 1-0. O golo dos italianos foi marcado por Éder Martins, aos 88 minutos. 

Itália-Suécia. Squadra azurra já está nos oitavos-de-final do Euro’16

A Itália é uma seleção engraçada. Não pelo seu jogo altamente defensivo  nem pelos festejos efusivos do guarda-redes Buffon, que acabaram em queda,  na vitória diante da Bélgica (2-0) na primeira ronda do Euro'16. Mas sim porque já não há Pirlo,  Del Piero ou Totti (e Balotelli, esse sim um verdadeiro entertainer), e o selecionador italiano Antonio Conte – que está de malas aviadas para o Chelsea mal a squadra azurra termine o europeu – decidiu chamar alguns jogadores que têm nomes que chamam muita atenção. Se Pellè, brasileiro naturalizado italiano, faz lembrar o o seu homónimo (só de nome, claro)  Pelé, Éder, o autor do golo do triunfo desta segunda-feira diante da Suécia (1-0), faz lembrar o nosso avançado português mal-amado.  E o mais engraçado nem é mesmo o vocabulário do plantel italiano: de crítica em crítica por não ter estrelas, a Itália já está nos oitavos-de-final do europeu. Isso sim, pode dar motivos para rir.

Mas talvez o humor não tinha sido a palavra-chave deste jogo – só se olharmos para as imagens dos jogadores das duas seleções, que se riram muitas vezes durante os lances e as faltas marcadas.  Até porque olhando para a partida, o espetador que goste de um bom espectáculo de futebol, cheio de lances de golo, pode ter-se sentido enganado. No entanto, em Toulouse houve muito para analisar em termos tácticos. É que dos 22 titulares só havia um que fazia a estreia em fases finais, o italiano Florenzi, e as duas seleções, em jogos oficiais, contam com quatro vitórias para cada uma e dois empates. Com estes dados só se poderia esperar uma partida equilibrada. Foi isso mesmo que aconteceu.

  A Suécia, que veio de um empate com a República da Irlanda (1-1) na ronda inaugural, decidiu olhar olhos nos olhos o adversário italiano, e impôs-se posicionalmente no campo. Com mais bola (59% na primeira parte e 51% na segunda), obrigou os italianos a recuar, que, mesmo assim, não deixaram os nórdicos chegar à baliza de Buffon. Por outro lado, a Itália, sempre que queria atacar, mais pelo lado esquerdo, esbarrava na defesa sueca: aos 19' Éder aproveita um cruzamento de Candreva (o homem foi o rei dos cruzamentos esta tarde), mas o defesa central do Benfica, Lindelof, que joga a lateral direito na sua seleção, bloqueou o ataque. Os primeiros 45' não tiveram nem ocasiões de golo – um remate enquadrado para a Itália, zero para a Suécia -, nem Zlatan Ibrahimovic. Bem sabemos que um jogo com Zlatan em campo tem sempre de ser memorável, mesmo que não seja pelas melhores razões. Mas já lá vamos.

A atitude fria e calculista das duas equipas manteve-se na segunda parte, mas desta vez foi o esquadrão de Conte que tomou conta do jogo. Isaksson, que só tinha olhado para remates por cima da sua baliza como o de Pellé aos 49' e agarrado dois cruzamentos seguidos (aos 57' e 59') de Candreza, achou que teria uma tarde descansada. E estava certo, quase, diga-se. Porque do outro lado Ibrahimovic, que no Euro 2004 fez um golo de calcanhar que Buffon nunca mais irá esquecer, desperdiçou isolado um cruzamento milimétrico de Guidetti da direita. Valeu o fora-de-jogo. Nós bem avisámos que o sueco se faria notar.

O resultado não desarmava até aos 82', altura em que finalmente qualquer locutor de rádio teve a oportunidade de elevar a voz. Parolo desmarcou-se nas costas de Olsson e cabecou à trave de Isaksson. E se um dos homens da frente com nome de craque brasileiro não desfazia o nulo, teve de ser o seu parceiro, Éder, com quem o nosso Éder se pode agora inspirar. Chiellini fez um lançamento que foi parar à cabeça de Zaza, para depois entregar ao italo-brasileiro, que fintou três adversários nórdicos e rematou bem colocado à entrada da área.  Aos 90' a Itália podia ter igualado o resultado da primeira jornada, mas Candreva (estava mesmo de pé quente), viu Isaksson negar-lhe o golo.

A Itália é uma seleção engraçada. E agora que carimbou o passaporte para os oitavos-de-final pela terceira vez consecutiva em europeus, sabe que não é só porque tem nomes que fazem lembrar outros jogadores. Mas sim porque tem a lição bem estudada, com zero golos sofridos e quatro marcados, e, portanto, conseguiu tirar as dúvidas a todos os críticos que tinham assinado a sua morte precoce no Euro.