Mais de metade dos solos do planeta estão degradados

Comemora-se hoje o dia Mundial de Combate à Desertificação.

Cerca de 1,5 mil milhões de pessoas são afetadas em todo o mundo pela desertificação, 52% dos solos estão degradados e 12 milhões de hectares de “solos produtivos aráveis são perdidos todos os anos, devido à seca e à desertificação”. Os números foram hoje, dia Mundial de Combate à Desertificação, libertados pela associação ambientalista ZERO. Em Portugal, a percentagem de área suscetível à desertificação é ainda mais elevada: 63%.

O fenómeno da desertificação, que não deve ser confundido com despovoamento, “consiste na degradação do solo em zonas áridas e semiáridas, em resultado da influência de vários fatores”.  As atividades humanas e as alterações climáticas são os principais motivos que explicam o fenómeno. Em Portugal, as zonas mais problemáticas situam-se a sul mas a maioria dos solos do país são “pobres em matéria orgânica e, portanto, suscetíveis à  sua degradação”. Para agravar,  a ZERO alerta para as “más práticas como a mobilização excessiva do solo para a agricultura intensiva e floresta de produção e a sobre-exploração de aquíferos”.

Um balanço zero de degradação em Portugal é uma meta que os ambientalistas consideram obrigatória até 2030, pelo que pedem às autoridades competentes para diminuírem “o envio de matéria orgânica para aterro”,  promoverem “práticas sustentáveis de mobilização dos terrenos agrícolas e florestais” e ainda monitorizarem e fiscalizarem  “a extração de águas subterrâneas por particulares”.

A desertificação é um problema grave. Segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), 74% da população pobre é afetada a nível mundial pela degradação do solo, sendo este mais um dos fatores a perpetuar o ciclo da pobreza.