Investimento em vistos gold sobe 83% em 2016

Nos primeiros cinco meses do ano, o número de autorizações totalizou 664, com os cidadãos chineses a liderarem a lista.

Desde o início do ano já foram atribuídos 664 vistos gold no mercado português, o que representa um aumento de 83% face às 362 autorizações em igual período do ano passado. Só no mês de maio foram concedidas 157 autorizações de residência para actividades de investimento no país, o representa o segundo melhor mês de sempre, revelam os dados da APEMIP.

Este crescimento sinaliza uma inversão face à quebra da emissão de vistos gold que marcou o ano de 2015 no seguimento do rebentamento do escândalo de corrupção associado à aprovação deste tipo de processos no final de 2014. Conhecida como Operação Labirinto, a investigação policial levou à prisão de altos quadros do Estado e à demissão do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que foi constituído arguido.

Para Luís Lima, Presidente da APEMIP, “o programa de autorização de residência para actividades de investimento está efectivamente normalizado, e muito tem contribuído para a economia do país. Recordo que este investimento tem um efeito multiplicador, podendo ser multiplicado por três ou quatro vezes”, declarou.

O número de autorizações de residência a estrangeiros ao abrigo deste programa ascende actualmente a 3.462. Desse total, 3.261 resultaram da aquisição de imóveis, enquanto 186 foram atribuídos no seguimento de transferências de capitais e cinco em resultado da criação de pelo menos 10 postos de trabalho.

Mais de 2 mil milhões desde a criação do programa

Em termos de investimento total, desde a sua criação os vistos gold já trouxeram para Portugal mais de 2,1 mil milhões de euros, sendo que a aquisição de bens imóveis supera já os 1,8 mil milhões de euros o que, de acordo com a APEMIP, revela "a importância deste regime na captação de investimento para Portugal”.

Os chineses mantêm-se no topo da lista dos cidadãos que mais investem neste programa, com um total de 2651 vistos concedidos desde o arranque do programa, seguindo-se o Brasil com 165, a Rússia com 115 a África do Sul, com 96 e o Líbano com 54.