Isabel Jonet a ministra da Economia

Na velha e civilizada Europa, onde alimentámos a esperança de chegar primeiro que outros continentes à igualdade de direitos e deveres de todos os humanos, estamos a percorrer caminhos de retrocesso civilizacional.

a chegada das mulheres aos lugares de poder tem sido, regra geral, uma desilusão.

a senhora merkel copia o estilo dos homens quando mandam – e agora a senhora lagarde distingue-se pela elegância e pela total ausência de bom senso.

a presidente do fundo monetário internacional faz, na mesma semana, vários discursos contraditórios sobre a crise grega, correndo para o desastre final.

afirma estar muito mais preocupada com as crianças da áfrica sub-sahariana do que com as crianças gregas cujos pais deviam ter pago os impostos que ela considera justos.

com tanto estudo economicista, e tanta elegância, a senhora d. cristina esqueceu-se de ser mulher.

a teoria de que os filhos devem ser responsabilizados pelos erros dos pais deve ter sido produzida por um qualquer dos seus mentores.

por cá, numa das mais antigas nações da europa, a impunidade reina. alguns dirigentes das polícias secretas mandam escutar cidadãos comuns para favorecer empresas com as quais negoceiam lugares nos respectivos conselhos de administração.

e continuam a obter e a partilhar dados classificados depois de terem ocupado os lugares nas respectivas empresas.

a justiça parece assobiar para o lado, à espera que mais uma vez o processo siga os seus trâmites até prescrever. os políticos também. e nós, que já não acreditamos em quase nada, dizemos muito baixo, não estejamos a ser ‘escutados’: eles que têm o poder que se governem.

em democracia o poder não é do povo ou dos seus legítimos representantes?

no vaticano, o mais pequeno estado europeu, apesar de todo o simbolismo que o informa, a corrupção e a lavagem de dinheiro sujo levam à demissão do presidente do ior – banco oficial do vaticano, um tal senhor tedeschi muito respeitado pelo papa.

na semana passada foi posto à venda em itália o livro sua santidade – os dossiers secretos de bento xvi.

em sequência temporal, o seu mordomo, paolo gabriele, é preso como principal suspeito das fugas de informação. estas, porém – as informações reveladas no livro –, não foram desmentidas.

o sopro do espírito não parece estar a passar por ali.

em todo o país, no último fim de semana, centenas de equipas de voluntários, liderados por uma mulher das autênticas, fizeram a diferença.

quase todos temos menos este ano do que no ano passado, mas a recolha de produtos para o banco alimentar ultrapassou em 14% a do ano transacto.

eu voto na isabel jonet para ministra da economia.

catalinapestana@gmail.com