Euro2016: Islândia foi do sonho ao pesadelo

A França vai defrontar a Alemanha nas meias-finais na próxima quinta-feira, dia 7.

Euro2016: Islândia foi do sonho ao pesadelo

A França apurou-se, este domingo, para as meias-finais do Euro2016 depois de vencer a Islândia por 5-2.

Antes da festa, a explosão. Isso mesmo, mas do lado da polícia, que fez explodir um automóvel nas imediações do Stade de France, em Saint-Denis, poucas horas antes de França e Islândia disputarem o último jogo dos quartos-de-final. Foi feito com minúcia. As autoridades francesas estabeleceram um perímetro de segurança e fizeram explodir uma viatura, mal estacionada. A explosão foi audível para os adeptos franceses e islandeses. Mas não passou de um susto.

E nem assim a Islândia acordou. Começou o jogo e mais explosões. Dois golos no primeiros vinte minutos fizeram acordar os islandeses do sono. O sonho tinha acabado. Abriram os olhos e viram que estavam fora do Campeonato da Europa. Primeiro foi Giroud, depois Pogba. Pum! Pum! Payet e Griezmann fizeram o 4-0 antes do intervalo. Pum! Pum! Esfumou-se a nuvem islandesa.

Mas do sonho restará sempre uma bela história. Começou logo na estreia com Portugal. Frente à equipa de Ronaldo conseguiram não perder 1-1 e soltaram-se os primeiros suspiros. Empataram de novo com a Hungria (1-1) e ganharam à Áustria no último minuto (2-1). Foi aí que ficámos a conhecer Gudmundur Benediktsson, o emocionado locutor que elevou o golo da vitória de Traustason a decibeis raramente ouvidos. Outra história, portanto.

Passaram à segunda fase e à frente dos favoritos portugueses. Seguir-se-ia a Inglaterra. Nada que amedrontasse este povo, essa mistura do selvagem viking com a sabedoria dos antigos. Rooney ainda marcou, mas a avalanche islandesa logo apareceu e engoliria os desarmados ingleses – Sigurdsson e Sigthorsson deram a volta. E o sonho continuou, com mais cor e festa que nunca. Até ontem.

Foram feitas todas as contas e todos os cálculos e nada batia certo. Os jogadores islandeses todos juntos valem 45 milhões de euros, metade do que vale Pogba ou Griezmann. Fomos ao censo, 330 mil habitantes numa ilha de 100 mil quilómetros para 66 milhões de franceses num território seis vezes maior. A Islândia não tem clubes de futebol profissionais e o jogador mais famoso vale 10 milhões e joga no Swansea – estamos a falar de Sigurdsson.

Os franceses fizeram questão de lembrar isto (isto é a diferença abissal entre as duas seleções e as suas origens) tudo da pior maneira. Ao golo de Sigthorsson 4-1, respondeu logo Giroud com o 5-1. Só não houve resposta para o 5-2 de Bjarnason, o mesmo jogador que tinha marcado a Portugal. Foi no fim e quase não se comemorou. Ficou escrito o que já se sabia.

Os franceses eram, são e foram melhores. Pronto, já o sabíamos. À estreia da Islândia num Euro responde a França com dois títulos de campeã europeia (venceu em 1984 e 2000). Passou às meias-finais agora e vai defrontar a tricampeã Alemanha (com títulos em 1972, 1980 e 1996). Não se fala mais nisso, só do passado agora.