LG G5: um topo de gama com ‘Friends’

A LG decidiu mudar tudo neste G5, mas acrescentou algo mais

A LG teve a audácia de criar um smartphone modular. Melhor, foi a pioneira de criar algo diferente e colocá-lo no mercado. E bem.

Fica ainda o mérito de o fazer naquele que é o modelo mais apetecido da marca, aqui na sua quinta versão e razão do nome, o G5. Tem essa responsabilidade, um pouco até contra si, de conseguir superar o anterior.

Começando pelo design. A LG aqui não copiou, nem mudou ou fez upgrade ao G4. Simplesmente mudou… tudo. Há um novo conceito, novo design e algumas alterações obrigatórias. 

O design é a primeira, e grande, diferença para os restantes G. Recorreu a um novo processo de fundição de alumínio para criar um novo corpo metálico, assemelhando-se a uma peça única de arestas bem redondas e polidas. É diferente do tudo na história da gama G, mas mais dispositivo. Ou seja, não há plástico, este é um G de metal, com corpo, robustez.

O ecrã ‘molda-se’ perfeitamente ao corpo, resultado do novo design 3D Arc Glass , que permite a harmonia com o design. Com 5,3 polegadas, é um pouco mais  pequeno que o anterior G4, mas mantêm a resolução QHD (2560 x 1440 pixels), aumentando a densidade de pixels para 554 em vez de 534 ppi. A moldura negra ‘disfarça’ o tamanho do ecrã, e ajuda no contraste com as informações a negativo no ecrã, mas já a funcionalidade Always-On nem sempre é percetível. Apesar de usar tecnologia LCD IPS, a visualização em alguns ângulos ou sob luz mais intensa ‘complica’ por vezes, porque os pixels não são iluminados de forma individual. Perde no Always-On, ganha em cores mais reais e menos cansativas ao olhar.

No corpo é onde residem as maiores diferenças, e algumas novidades. Na traseira perdemos aqueles botões que tão ‘mal’ nos habituaram. A marca 'inventou' os botões centrais, mas aqui a necessidade maior de uma bateria removível levou a que estes mudassem de lugar. Passaram para a mais vulgar posição lateral. Agora ‘apenas’ figura um novo sensor de impressões digitais nesse lugar, mesmo sob as duas novas câmaras. 

As entradas para auscultadores estão no topo, ladeada pelo sensor de infravermelhos e por um microfone com o propósito de redução de ruído em vídeo. Na lateral ainda podemos encontrar um novo slot para cartão SIM e microSD e um pequeno botão na parte inferior esquerda. Faz parte da nova artífice da LG. É o grande destaque do LG G5, um método simples que acrescenta funcionalidades a um smartphone de topo. Um simples clicar permite soltar a base do G5, que dá acesso à bateria e à mais-valia deste dispositivo: amigos. Mas já lá vamos.

O desempenho, ou o hardware que permite ao G5 compilar todas as suas ‘fixtures’ quase fica para segundo plano com tanta novidade. No anterior G4 a marca fez a escolha inteligente de preterir o 810 da Snapdagron, topo, e os seus problemas de aquecimento em prol do desempenho. Neste G5 a marca voltou a escolher o mais potente, o 820. É o novo processador da Qualcomm e pretende fazer esquecer o legado do 810,  o sobreaquecimento e a consequente quebra no desempenho. O novo 820 é um processador que ‘recua’, perdeu quatro núcleos mas ganhou em prestações. É um quad-core a 64bits, ao invés de um octa-core, e atinge velocidades de até 2,2GHz, além de incorporar uma GPU Adreno 530 renovada. Os valores adiantados são de mais até 40% desempenho, mas alia a eficiência energética, reduzindo também 40% no consumo da bateria.

Acrescenta 4GB de memória RAM e, no campo do armazenamento, 32GB que são expansíveis por mais 200GB através de cartão micro SD. Como outros atributos temos os infravermelhos (tecnologia que parece que está de debandada dos smartphones) e que dá tanto jeito para comandar todas as TV, sistemas wifi, etc, tecnologia Qualcomm Quick Charge 3.0 que permite carregar 83% da bateria em 30 minutos, ou a inclusão da nova entrada USB Type-C.

Boa nota para a interface. A LG modificou a sua maneira de ver o Android e simplificou eliminando o característico botão para aceder a todo o conteúdo, o App Drawer (aquele ícone de quadradinhos que esconde as aplicações). Os rumores apontavam para que o Android N já o suprimisse, mas a LG adiantou-se e eliminou-o na sua versão do Marshmallow. Ok, este é um ponto discutível e claro, ao gosto de cada um, e talvez um dos fatores diferenciadores para o iOS. Mas com a aproximação óbvia dos sistemas, este apenas foi mais um passo. Transforma a interação mais simples, tudo disposto no ecrã e sem app escondidas. Mesmo os ícones foram revistos e as aplicações nativas redesenhadas e melhoradas. Nós gostamos.

Nota apenas para quem quiser manter a App Drawer, a LG fez uma atualização que permite recoloca-la novamente na interface. 

A LG decidiu mudar tudo neste G5, mas acrescentou algo mais, amigos, ‘Friends’, módulos que têm como propósito acrescentar algo mais a um dispositivo. Trazem a diferença de ‘transformar’ um  dispositivo ao gosto ou necessidade do utilizador.

O Hi-Fi Plus é inteiramente dedicado ao som, e e aos verdadeiros apreciadores da música e qualidade sonora. Incrementa a qualidade do som através de um DAC (conversor de sinal digital para analógico).

A parceria com esta casa estende-se aos H3, headphones topo de gama que eliminam totalmente o ruído e são compatíveis com o LG Hi-Fi Plus. Apesar de minimalistas, dão prioridade ao som de alta qualidade e à exigência dos audiófilos, e são compatíveis com todos os smartphones Android.

Outro que se assemelha a um punho, denominado CAM Plus, é dedicado à fotografia. Acrescenta funcionalidades e maneabilidade, permitindo ao utilizador manusear, pegar na lateral em algo que se assemelha a um grip, e usufruir do botão para disparo, outro para o zoom, ou das funcionalidades avançadas de foco e exposição. E ainda acrescenta 1200mAh extras de bateria.

Há ainda mais três exclusivos ‘friends’: o Rolling Bot, um robot esférico controlado pelo G5 e com câmara embutida de 8mp que permite ser usado como sistema de monitorização de casa.

Ou os novos óculos VR, deveras pequenos, e que se ligam ao smartphone por cabo e uma câmara 360º, tão em voga. A 360 CAM exibe um formato simples que ajuda no manuseio, e utiliza duas câmaras de 13mp e de 200º de amplitude opostas para captar tudo à sua volta. É totalmente independente, embora exclusiva do G5, e utiliza uma bateria de 1200 mAh e 4GB de memória interna. Permite enviar os conteúdos diretamente para o Google Street View ou YouTube.

O LG G5 já está à venda em Portugal por 699,9 euros livre, ou 599,90 euros mediante operador. Os LG Friends são adquiridos em separado.