“Neste campeonato, a direita está a torcer pela Alemanha desde o primeiro minuto”, acusa Catarina Martins

A líder do BE considera que as contas de PSD e CDS “nunca bateram certo”

“Neste campeonato, a direita está a torcer pela Alemanha desde o primeiro minuto”, acusa Catarina Martins

Catarina Martins não tem dúvidas. "Não podemos ter sanções", mesmo que sejam simbólicas. "Sanções são sanções", "são uma humilhação ao nosso pais, são um ataque à nossa soberania democrática", mesmo que digam respeito "ao anterior Governo e não ao Governo que está em funções", como ficou hoje claro no comunidado da Comissão Europeia, que explica que o que está em análise são as contas do período entre 2013 e 2015.

A líder do BE considera que as contas de PSD e CDS "nunca bateram certo", mas não quer que o país seja castigado por Bruxelas por isso.

"Por isso mesmo já foram sancionados, foram sancionados por quem pode fazê-lo, pela vontade maioritária dos portugueses", aponta a bloquista, recordando que a mesma Europa que agora abriu um processo com vista à aplicação de sanções é aquela que apontava sempre o anterior Governo como "bons alunos".

Os mesmos que impuseram as políticas sancionam o país pela miséria que essas políticas trouxeram ao país?", questiona, para concluir que Bruxelas propõe agora "sancionar o desastre que ela própria provocou", "criando dificuldades acrescidas e com isso tornando cada vez mais difícil o objetivo de consolidar as contas públicas".

"É um absurdo", comenta, acusando a direita de "neste campeonato" parecer estar a torcer pela Alemanha "desde o primeiro minuto".

​Catarina Martins deixou de fora do discurso a proposta de realização de um referendo ao Tratado Orçamental, apesar de voltar a criticar esse tratado. E quis antes saber se António Costa se comprometeu com algumas medidas adicionais de austeridade.

A resposta de Costa foi um rotundo "não". O primeiro-ministro assegurou que nem ele nem ninguém por ele se comprometeu de alguma forma como políticas de mais austeridade, argumentando que isso nem faria sentido porque não há medidas que possam vir corrigir as contas – há fechadas – em relação às quais a Comissão Europeia detetou incumprimento e que dizem respeito ao período entre 2013 e 2015.