Colégios: tribunal considera que limite geográfico não existe

Juiz nega as normas definidas pelo Ministério da Educação de Tiago Brandão Rodrigues

De um total de 21 providências cautelares interpostas por estabelecimentos financiados pelo Estado, já três tiveram resposta judicial. Se no caso do Colégio de Campos, em Vila Nova de Cerveira, o tribunal de Braga decidiu suspender provisoriamente o despacho que determina que os alunos têm de viver na mesma freguesia onde o colégio está implementado, no caso das duas escolas de Coimbra, a resposta não é tão simples. Apesar de não ter sido decretada a suspensão da norma, o tribunal justifica a decisão com a inexistência da limitação geográfica que o Ministério da Educação quer impor às matrículas nos colégios com contratos de associação.

Para o diretor executivo da Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), Rodrigo Queiroz e Melo, esta decisão “vai obrigar o ministério a validar as turmas existentes e preparadas para o próximo ano letivo”. Em conferência de imprensa, o responsável lembra ainda que os dois colégios em causa – Instituto Pedro Hispano e Instituto Educativo de Souselas – têm tido um aumento de procura para novas turmas a funcionar a partir de setembro.

Na sentença datada de 11 de julho, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa refere que “ainda não é possível definir o tal limite correspondente à ‘área geográfica de implantação da oferta abrangida pelo respetivo contrato’”. Na prática, lembra Queiroz de Melo, o aluno pode inscrever-se em qualquer colégio do país, assim como acontece com as escolas públicas. Salienta ainda que, como os colégios sempre tiveram mais procura que vagas, a proximidade geográfica foi usada como critério de seleção, “tudo baseado no bom senso, até porque nunca houve uma norma escrita sobre o assunto”.

Mais providências cautelares O dirigente da AEEP revela ainda que a associação tem preparadas 39 providências cautelares contra a violação dos contratos, uma por cada colégio afetado. Queiroz de Melo espera apenas pelo dia 19, data em que termina a validação de turmas de contratos de associação por parte do Ministério da Educação.