De La Soul. Long Island Ice Tea

O trio da velha escola com a receita que se esperava: festa da rija. Funk como se isto fosse um baile de rua, frescos como sempre

De La Soul. Long Island Ice Tea

Quando Kendrick Lamar foi anunciado para esta edição do SBSR todos fomos sair e festejar. O que nunca ninguém equacionou é que antes do novo príncipe cá viesse a velha escola, uns dos maiores grupos de hip-hop, visionários do funk, que já cá andam desde os oitenta. Esperam-se horas épicas neste terceiro dia de farra no Parque das Nações. 

Posdnous, Dave e Maseo trocam isto por miúdos, voamos para Long Island onde continuam a ser dos mais fresh, Long Island Ice Tea, portanto. O cartão de visita é "And the Anonymous Nobody", disco a editar a 26 de Agosto, ainda que saibamos, ainda que se tenha confirmado que também vêm com a mala antiga, a do intemporal "3 Feet High and Rising"(1989) e de "De La Soul Is Dead" (1991). E é claro que também lhes exigimos isso, queremos menu completo. 

Depressa se percebe que "Party" vai ser a palavra mais dita no concerto de De La Soul, e é quase a de certeza a que mais disseram na carreira, ou aquela que lhes pauta o espírito. Percebemos que o mundo mudou quando até estes quase velhotes tiram fotos ao público. Mas estes são dos que cresceram com a tecnologia, e nós com eles. 

Durante o concerto também se vai percebendo que o trio é tagarela, só que há casos e casos e embora este seja claramente um concerto de festival, mais pequeno do que se desejaria, nunca parece boa táctica perder tempo com queixumes. "Me,
Myself and I", como de esperado é o activar do vulcão, o MEO arena dança como se isto fosse um baile de rua num qualquer bairro de Brooklyn. Já para o fim, "Feel Good In", gravado em 2005 com os Gorilaz. Se quiserem voltar para o ano estejam à vontade.