FMM 2016: o mundo inteiro cabe em Sines

Arranca hoje a 18.ª edição do Festival Músicas do Mundo. Uma oportunidade para uma viagem musical pela Europa, América, Ásia e África. Sem sair de Sines

Foi em 1999 que a Câmara Municipal de Sines organizou pela primeira vez o Festival Músicas do Mundo (FMM), motivado pela importância crescente da world music. Nessa primeira edição tiveram lugar sete concertos; nesta 18.a edição serão 47, com músicos oriundos de países tão distantes como a Noruega e o Mali (ver programação). Um retrato musical que reflete o mundo em que vivemos. E onde nunca nos pareceu tão importante celebrar esse mesmo mundo, na sua unidade mas também nas suas particularidades, como explicou ao i Carlos Seixas, diretor artístico e de produção do FMM Sines.

Numa altura tão conturbada, faz cada vez mais sentido existir um festival como o FMM Sines, que no fundo celebra a música como linguagem universal?

O FMM Sines é um festival que privilegia as pontes e o conhecimento do outro. Numa altura em que, no Ocidente, se fazem apelos ao levantar de novas barreiras, a novas formas de isolacionismo, à diabolização do que é desconhecido, este festival faz muito sentido pela sua mensagem de abertura e liberdade. 

Aliás, muitos dos músicos do cartaz são naturais de países em conflito ou países onde o termo refugiado se tornou uma presença regular no vocabulário. De que maneira crê que a crise mundial de refugiados poderá estar presente no discurso dos músicos desta edição?

A crise de refugiados já esteve presente no discurso de vários artistas do festival do ano passado e vai voltar a acontecer este ano. Independentemente da sua origem – africana, asiática, americana, europeia –, os artistas do FMM Sines são artistas preocupados com o mundo que os rodeia.

A política é, de resto, algo fundamental para a música do mundo – temos, por exemplo, o caso de Billy Bragg.

As músicas do mundo não têm um cariz mais político que outras músicas. O que acontece nas músicas do mundo é que, ao ouvi-las, nos confrontamos com causas menos divulgadas, e isto pela voz de quem está nelas envolvido ou que as conhece de perto – por vezes, na pele. É um mundo maior que se faz ouvir: na alegria, na tristeza e também na mensagem de cunho político.

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