Polícia de Munique: Atirador solitário fez nove mortos e suicidou-se

Investigação está em curso e identidade do atirador não foi divulgada na primeira conferência de imprensa da Polícia alemã.

Já passava da uma da manhã em Munique quando o regresso dos transportes públicos anunciava o fim de uma caça a três homens que, aparentemente, nunca passaram de um.

No Twitter, a mesma Polícia de Munique que seis horas depois do tiroteio à porta de um centro comercial anunciava que as operações “prosseguiam” e que a “situação” não era “clara”, dizia agora que uma das dez vítimas mortais anunciadas era muito provavelmente o único atirador.

 

 

Através desse e de outros canais de informação, desde o tiroteio das 17h da tarde, a mesma força de segurança confirmava a procura de três atiradores identificados por testemunhas.

A capital da Baviera viveu horas de pânico, com transportes públicos encerrados e apelos das autoridades para que a população não saísse às ruas. As suspeitas sobre os culpados, inevitavelmente ligadas ao Daesh na reação imediata – e celebrada em canais de comunicação utilizados pelo grupo –, foram passando para a extrema-direita alemã.

Tese essencialmente sustentada na coincidência com a data do 5.º aniversário do ataque de Andreas Breivik, um nacionalista norueguês que matou 77 pessoas em 2011 e através de vídeos que mostravam um dos atiradores a identificar-se como alemão, quando aparentemente era apelidado de “maldito turco” por um homem que detetara estar armado.

Nunca a Polícia alemã adiantou qualquer informação relacionada com o motivo do ataque. Mas continuava a dar indicações que não tinha a situação controlada e continuava à procura de suspeitos.

Já a noite era cerrada quando chegou a informação que um dos corpos, encontrado na Aldeia Olímpica de Munique – a cerca de um quilómetro do local –, estava a ser analisado sob suspeita de se tratar de um dos atiradores. Uma mochila vermelha, visível num vídeo que mostra um homem vestido de preto a disparar contra um grupo de pessoas, estava a ser analisada por um robot.

Qualquer informação, na mochila ou no corpo, levou as autoridades a ter a certeza de que se tratava mesmo de um dos responsáveis do ataque. E “muito provavelmente atuava sozinho”, informava um tweet em alemão (os primeiros a ser publicados por uma Polícia de Munique que comunicou também em francês, inglês e turco) já bem perto das duas da madrugada locais.

Outras 21 pessoas ficaram feridas, três delas em estado crítico, neste ataque sucedido junto ao maior centro comercial da Baviera ­– estado que já no início da semana tinha assistido a outro ato de terror, com um jovem a ferir várias pessoas atacando-as com um machado e uma faca num comboio.

Ataque esse que foi reivindicado pelo Estado Islâmico, apesar de as autoridades não confirmarem a identificação de qualquer ligação oficial do atacante de 17 anos ao grupo sunita que tem alastrado à Europa o terror com que domina grandes faixas de território no Iraque e na Síria. No caso de Munique as motivações podem ser outras.