Arribas. “É impossível prever estas situações”

As faixas de risco estão identificadas, mas não há coimas para quem desrespeitar os sinais. A queda de outra arriba na praia Maria Luísa vem relembrar que este é um perigo real.

No final do dia, tudo indicava que a derrocada da praia Maria Luísa, em Albufeira, não tinha passado de um susto. Segundo as testemunhas oculares, não havia ninguém no local quando a arriba cedeu, mas as autoridades não tinham ainda, no entanto, garantido a 100% que não havia vítimas. “Primeiro temos de retirar todos os detritos para ter a certeza”, disse o comandante Santos Pereira, da Capitania do Porto de Portimão. 

O desmoronamento aconteceu por volta das 12h50. As rochas caíram num local de passagem utilizado quando a maré está baixa. Num primeiro momento, as autoridades ainda contaram com a ajuda de uma retroescavadora para remover os detritos mas, com a subida da maré, as operações – que contaram com profissionais dos bombeiros, Polícia Marítima e Proteção Civil – pararam e só foram retomadas por volta das 21h00.

Ao i, o geólogo Ricardo Castro, diretor-geral da Geoalgar, explicou que estes aluimentos “não estão relacionados nem com o calor nem com o número de pessoas na praia”. “Devido à erosão, estas arribas são imprevisíveis. Estão muito desgastadas e basta um gatilho para cederem”, explica.

“O mar, hoje, nesta zona do Algarve, estava agitado, pode ter sido esse o último empurrão”, diz Ricardo Castro. Por outro lado, caso haja uma zona de passagem em cima da arriba, “essa trepidação pode também causar uma derrocada”, alerta. “Os pequenos sismos podem também ser os responsáveis por estas ocorrências mas, pelo que sei, não houve atividade sísmica digna de registo”, disse o geólogo. “Durante o inverno, os elementos naturais são muito mais fortes e desgastam a rocha, e a queda de arribas é mais frequente. Obviamente que o número de pessoas na praia é proporcional ao perigo”, termina.

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