Governo afinal não furou boicote à Ucrânia

O Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que o boicote político à Ucrânia, promovido por Angela Merkel e Durão Barroso, não impediria o Governo português de assistir aos jogos do Euro, mas Passos Coelho e os seus ministros estiveram ausentes dos primeiros dois jogos da Selecção nacional, na cidade ucraniana de Lviv. E ficarão de novo…

há um mês, portas afastava o boicote à ucrânia em protesto contra a prisão da ex-primeira-ministra, iulia timochenko. «o governo não tenciona adoptar medidas restritivas em relação ao euro-2012 e deseja uma boa campanha à selecção nacional. e, porque deseja esse sucesso, é possível que se faça representar nos seus jogos, tal como é a tradição no nosso país», declarava ao sol fonte oficial do ministério de paulo portas.

o governo nega que o ministério de paulo portas tenha sido desautorizado por s. bento neste caso. «não há motivos políticos. o governo fez exactamente o que disse, não misturando política e futebol», diz ao sol fonte do gabinete do ministro-adjunto miguel relvas. a ausência deveu-se «puramente a questões de agenda».

a falta de agenda é a justificação para que não se vissem ministros na bancada do portugal-alemanha, a um sábado, e no portugal-dinamarca, em dia feriado em lisboa. «também não se prevê» representação ministerial, domingo, no jogo com a holanda, acrescenta a mesma fonte. «mas queremos ir aos jogos da selecção no euro e isso pode acontecer mais à frente», diz o elemento do gabinete do ministro-adjunto.

mais à frente, significa que será só após a fase de grupos, se portugal for apurado. a diferença é que a selecção jogará, nos quartos-de-final, já não na ucrânia, mas na polónia, o outro país organizador do euro. e, se ganharem, os portugueses voltam a ter hipóteses de evitar a ucrânia – uma das meias-finais realiza-se em varsóvia.

já o jogo derradeiro será na capital ucraniana. passos coelho, ao negar o boicote político, deixa em aberto a presença nessa final. uma opção diferente tomou a inglaterra, que assume as razões políticas da ausência de david cameron na ucrânia, mas admite a mudança de posição.

manuel.a.magalhaes@sol.pt