Aumento do IMI e brexit preocupam o Algarve

Importância do mercado britânico gera receios na região, que quer apostar na diversificação de países emissores de turistas.

A saída do Reino Unido da União Europeia é uma das questões que estão a preocupar os empresários do setor, já que aquele é um dos principais pontos de origem de visitantes do Algarve. A desvalorização da libra face ao euro e a perda de poder de compra dos britânicos poderão ter como consequência a diminuição da atratividade da região para esses turistas.

Apesar desta ‘ameaça’, Elidérico Viegas diz que é necessário «sermos capazes de transformar este aumento da procura, por razões que se prendem com condições externas, num crescimento sustentável para o Algarve». 

Já a Região de Turismo do Algarve (RTA) defende que é necessário «reforçar a relação de confiança» com o mercado turístico britânico, mas também «apostar na diversificação da origem dos mercados potenciais para complementar a procura do sul do país».

Os números da RTA colocam, sem surpresa, o Reino Unido como principal mercado turístico de Portugal, representando 8,3 milhões de dormidas anuais em alojamento classificado, e o Algarve como destino preferencial dos turistas britânicos no país, registando cerca de 70 por cento das dormidas. As receitas geradas por este nicho equivalem a 1,5 mil milhões de euros só no Algarve, de um total nacional de 2 mil milhões.

Mas os entraves para o crescimento deste destino turístico não ficam por aqui. Também as alterações ao Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) poderão vir a «penalizar a economia do turismo do Algarve», alerta o presidente da AHETA.

A associação hoteleira sublinhou que as alterações ao código do IMI vão penalizar uma região em que os fatores «de qualidade da sua oferta turística e residencial assentam, precisamente, em moradias unifamiliares, localização excecional e operacionalidade relativa dos seus edifícios, como é o caso da orientação dos prédios».

Além disso, numa região que, «pelas leis da natureza», está orientada a sul, «a chamada taxa solar» é algo de que o setor não precisava «para enfrentar com sucesso os enormes desafios competitivos» com que a hotelaria se «vem confrontando em termos internacionais», num momento em que o turismo residencial «apresenta tendências fortes de recuperação».