Portugal foi o sexto país da OCDE que menos cresceu

Organização internacional estima crescimento de 0,1% no segundo trimestre, abaixo do valor indicado pelo INE há duas semanas. “Forte desaceleração” das principais economias europeias preocupa

Portugal foi o sexto país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com a taxa de crescimento mais baixa no segundo trimestre, de acordo com estimativas divulgadas ontem pelo organismo internacional.

A OCDE estima que o produto interno bruto (PIB) português tenha crescido 0,1% face ao trimestre anterior, um valor abaixo da estimativa provisória do Instituto Nacional de Estatística revelada há duas semanas.

A taxa de crescimento de Portugal calculada pela organização internacional fica abaixo do crescimento de 0,3% estimado para o conjunto dos países da OCDE.

Na topo da lista com pior desempenho está o Chile, que registou uma contração de 0,4% no segundo trimestre. Há depois grandes economias europeias em estagnação. Áustria, França e Itália registaram um crescimento nulo (0%), bem como o Japão.

De resto, o conjunto das economias da OCDE dá sinais de abrandamento. O crescimento de 0,3% no segundo trimestre de 2016 representa uma desaceleração face aos 0,4% registados no trimestre anterior.

“O crescimento desacelerou na maioria das sete maiores economias no segundo trimestre de 2016, com exceção do Reino Unido (pré-Brexit) e dos Estados Unidos, onde o crescimento recuperou para 0,6% e 0,3%, respetivamente, em comparação com 0,4% e 0,2% no trimestre anterior”, indica a organização em comunicado.

A OCDE aponta que a evolução económica permaneceu “volátil” no Japão, tendo mesmo estagnado no período de abril a junho, após o aumento de 0,5% no trimestre anterior.

O comunicado alerta para a “forte desaceleração” das economias francesa, italiana e também alemã, que não foi além de um crescimento de 0,3% no segundo trimestre, quando nos três meses anteriores tinha avançado 0,7%.
Este comportamento dos principais mercados europeus penalizou a evolução do PIB da zona euro. No conjunto da União Europeia, o crescimento abrandou de forma menos intensa, situando-se nos 0,4% (0,5% no trimestre anterior).
Em termos anuais, o crescimento do PIB na OCDE caiu para 1,6%, recuando pelo quarto trimestre consecutivo para o nível mais baixo desde o terceiro trimestre de 2013, tendo o Reino Unido registado o maior crescimento dos países do G7 (2,2%), enquanto o Japão protagonizou a evolução mais fraca (0,6%).

Nos EUA, a taxa de crescimento anual foi a mais baixa dos últimos três anos, situando-se nos 1,2%.