Festa do Avante: sem crise dos 40

Até domingo decorre, na Quinta da Atalaia, a 40ª edição doAvante, uma festa de comunistas, mas para todos, com música, comes e bebes, exposições… E também política, claro.

Festa do Avante: sem crise dos 40

Quarenta anos, 39 edições – que em 1987 viveu uma pausa forçada. Números mais do que suficientes para que, este ano, a festa do Avante seja ainda mais festa, ainda mais celebração. Sem sinais de qualquer crise dos 40, até amanhã a festa do Partido Comunista português, que quer receber todos da mesma forma, comunistas ou não, toma conta dos mais de seis hectares da Quinta da Atalaia – e agora também da Quinta doCabo da Marinha –, casa do Avante, que, nas últimas semanas, cerca de 12 mil voluntários ajudaram a erguer.

Em termos políticos, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, fez ontem o discurso de abertura da festa, mas será amanhã, domingo, pelas 18h30 que terá lugar a sua intervenção de fundo, a primeira com os comunistas a apoiarem, no Parlamento, um governo PS, o que acrescenta simbolismo e expectativa às palavras de Jerónimo de Sousa.

Mas não é por acaso que oAvante se chama festa, é que, política à parte – sendo que é difícil passar ao lado desta componente, só debates serão 44 –, estes são, sobretudo, dias de festa. E esta festa faz-se de muitas coisas, este ano ainda mais. É o caso da exposição com fotografias, algumas delas inéditas, da festa ao longo destas quatro décadas, que aqui está patente. Uma oportunidade para ver, ou rever, a história.

Depois, e como a festa dificilmente se faz de estômago vazio,  todas as regiões do país estão representadas com comes e bebes e artesanato, mas há também representações internacionais, vinte espaços que permitem dar a volta ao mundo.
Quanto à música, o primeiro dia já lá vai, mas hoje e amanhã ainda há uma vasta programação para acompanhar, dividida pelos nove palcos do recinto. Assim, hoje ainda vai a tempo de assistir ao concerto dos eternos Peste & Sida (16h), mas também de Dillaz (16h30), de Carlão comSam the Kid e Sara Tavares (17h), de Cristina Branco (20h), dos Danças Ocultas (21h), dos cabo-verdianos Ferro Gaita (22h) e de Ana Moura (23h). Já amanhã, logo ao início da tarde há a festa dos venezuelanos Fumaça Preta (14h), um tributo a Pinho Vargas com a Orquestra de Jazz doHot Clube de Portugal (19h), Sérgio Godinho & Jorge Palma (19h30), Katia Guerreiro (20h), Xutos & Pontapés com Paulo de Carvalho (21h30) – com a promessa de um ‘E Depois do Adeus’ que será seguramente histórico – e ainda Aldina Duarte (22h).
No final, já se sabe, ouve-se a ‘Carvalhesa’, o céu ilumina-se com fogo de artifício, e Cândido Mota anuncia a despedida: «Amigos, camaradas, a Festa do Avante deste ano terminou».