Combustíveis. Aprenda a poupar na fatura final

Recorrer às bombas dos hipers, aos combustíveis simples e aos cartões de fidelização das petrolíferas que dão escontos são alguns dos truques.

Combustíveis. Aprenda a poupar na fatura final

A semana até pode começar com uma boa notícia já que é de prever uma descida até dois cêntimos por litro tanto na gasolina como no gasóleo, contrariando a tendência das últimas quatro semanas. Já no caso das bombas dos hipermercados a redução será de 1,5 cêntimos por litro. Só na última quinzena de agosto, o gasóleo subiu em média 5 cêntimos por litro, enquanto a gasolina ficou quatro cêntimos mais cara.

O preço médio de referência do litro de gasolina em Portugal está atualmente nos 1,456 euros. Já o gasóleo vale 1,212 euros por litro, segundo dados da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Mas a verdade é que não será a descida de um ou dois cêntimos por litro que vai contrariar o agravamento brutal da fatura com a gasolina e o gasóleo. Os portugueses procuram cada vez mais os saldos, também nos combustíveis. 
 Não há números exatos e há quem não os divulgue por “segredo comercial”, mas a convicção no mercado petrolífero é a de que metade das vendas da rede de retalho já será feita a preços de desconto face ao valor de referência. Para isso, recorrem aos cartões de cliente disponibilizados pelas mais variadas marcas. 

Aliás, a queda das receitas das petrolíferas tradicionais para os híper e supermercados que com grandes volumes e sem aditivos especiais usam combustíveis mais baratos como chamariz para atrair clientes às suas lojas. Neste cenário, as quatro grandes petrolíferas Galp, Repsol, BP e Cepsa tiveram de reagir e focar cada vez mais a concorrência no preço, o fator que mais pesa na decisão dos consumidores. 

A verdade é que as petrolíferas sempre apostaram em cartões de fidelização com pontos que se podiam trocar, mas tiveram de encontrar promoções alternativas que respondessem à principal aspiração dos clientes: descontos na hora e no preço final. Outra aposta é o desconto por dia ou fim de semana, a iniciativa que mais impacto tem no aumento das vendas e que até consegue trazer de volta alguns daqueles antigos clientes que foram seduzidos pelos supermercados. 

A política de preços é muito mais micro e depende dos valores praticados em redor de cada estação, reconhece o secretário-geral da APETRO (Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas). 

Combustíveis simples

O que é certo é que o governo deu um empurrão para ajudar a reduzir a fatura do combustível. Desde o ano passado, passou a ser obrigatório todos os postos de abastecimento venderem combustíveis simples.

Em teoria, os combustíveis simples são mais económicos do que os normalmente comercializados nos postos de abastecimento, mas a diferença de preço será mínima. Ainda assim, a APETRO tem afirmado que não é possível às petrolíferas praticarem os preços das grandes superfícies “alterando apenas um dos fatores de redução dos preços”, já que a carga fiscal praticada em Portugal tem um peso muito grande no valor final a cobrar ao cliente. 

Quanto à sua qualidade, a Associação de Defesa do Consumidor (DECO) garante que “não há nada a temer em relação à qualidade dos combustíveis simples”, com base num teste, às cegas, realizado pela própria associação em dezembro de 2012, que chamaram “Igual ao Litro”. 

A verdade é que a diferença de preços entre os simples e os tradicionais pode ser apenas de cêntimos, mas se atestar o tanque de combustível duas vezes por mês, ao final do ano a diferença pode chegar às centenas. 

E independentemente deste sobe e desce dos preços dos combustíveis, as notícias não são animadoras: os últimos dados de Bruxelas mostram que depois de impostos, o preço médio da gasolina 95 octanas praticado em Portugal é o 6.º mais caro em toda a União Europeia. Já o gasóleo ocupa a 9.ª posição entre os 28 países do espaço comunitário.