Homicida do filho do ex-futebolista Nelinho condenado a 12 anos

O Tribunal Criminal de Lisboa condenou hoje, após repetição do julgamento, Gonçalo Cardoso a 12 anos de prisão efectiva pelo homicídio a tiro de Nélio Marques, filho do ex-futebolista do Benfica ‘Nelinho’, ocorrido em Março de 2005.

o colectivo de juízes decidiu manter na íntegra o acórdão condenatório (12 anos de prisão) do primeiro julgamento, depois de ouvir os peritos médicos que assistiram a vítima que foi baleada com vários tiros na zona do tórax.

o julgamento foi mandado repetir pelo tribunal da relação de lisboa após um recurso da defesa do arguido, a cargo do advogado joão nabais, que considerou fundamental determinar se a morte se ficou a dever aos disparos ou a um incidente no bloco operatório.

segundo o acórdão hoje lido em tribunal, os peritos médicos foram unânimes em afirmar que a morte de nélio marques, por paragem cardíaca, resultou da impossibilidade de estancar as hemorragias causadas pelos diversos ferimentos de bala, que lhe perfuraram os pulmões e outras partes do corpo.

ponderada toda a prova, o tribunal condenou gonçalo cardoso a 12 anos de prisão efectiva por homicídio simples.

gonçalo cardoso foi ainda condenado a pagar uma indemnização de 251.400 euros aos pais de nelio marques, que, apesar de satisfeitos com a manutenção da pena de prisão, se mostraram revoltados com a demora da justiça em julgar este caso (sete anos) e com o facto de o autor do homicídio nunca ter estado em prisão preventiva ao longo destes anos todos.

o arguido chegou a estar em prisão domiciliária, com pulseira electrónica, mas a morosidade do processo permitiu que se mantivesse em liberdade provisória, situação que se manterá caso recorra novamente para o tribunal da relação de lisboa, como deverá suceder segundo fontes ligadas ao caso.

a mãe de nélio marques chorou no final da audiência e considerou que «12 anos é pouco» para quem matou a tiro o seu filho.

também nelinho, pai da vítima, evocou a brutalidade do acto que tirou a vida a um jovem que «tinha um futuro pela frente» e que se preparava para ir jogar futebol para a china.

volvidos sete anos, nelinho lamentou que o caso ainda esteja em primeira instância, podendo o agressor recorrer e adiar o cumprimento da pela a que foi hoje condenado.

nélio marques foi assassinado com três tiros à queima-roupa, numa estação de serviço em benfica, tendo ficado provado que gonçalo cardoso foi o autor dos disparos, depois de uma manobra perigosa em que se envolveram as viaturas da vítima e do agressor.

o caso ocorreu a 28 de março de 2005, após uma desavença de trânsito iniciada em sete rios, lisboa, entre o agressor e a vítima.

à data dos factos, gonçalo era vendedor de ouro e adquirira a arma, devidamente legalizada, alegadamente para se proteger dos roubos. não tinha antecedentes criminais.

lusa/sol