Teodora Cardoso desfaz estratégia do governo PS

Presidente do Conselho de Finanças pede estabilidade fiscal

“Está bastante claro que não funcionou”, declarou Teodora Cardoso, na manhã de ontem, acerca da estratégia económica do governo. 

Os números apresentados pelo Conselho de Finanças Públicas num relatório sobre “situação e condicionantes” para os próximos quatro anos não são abonatórios para o governo de António Costa. Ao contrário do crescimento económico previsto em março – de 1,7% –, o relatório aponta para apenas 1%.

“O saldo orçamental continua a ter um comportamento longe do equilíbrio orçamental. E mesmo relativamente ao limite de 3% do défice, continua a não ter margem de segurança suficiente para qualquer situação menos favorável que ocorra”, advertiu Teodora Cardoso, numa análise preocupada com a vulnerabilidade da economia portuguesa. “A despesa tem sido o motor da economia e não pode ser…”

A economista pareceu dar um puxão de orelhas a Mário Centeno. “Um desenvolvimento mais favorável em termos de finanças públicas exige uma postura institucional e política nacional que tem de ser capaz de restaurar a confiança na economia.” O ministro das Finanças não escapou a uma pergunta direta sobre a possibilidade de um novo resgate numa entrevista recente. “Deve ser uma hipótese a excluir, primeiro por nós e depois pelos outros”, defendeu Teodora Cardoso. 

Coerência nos impostos A presidente do CFP lançou um apelo à “estabilidade fiscal”. Mudar impostos “de seis em seis meses” não garante confiança “nem dos consumidores nem dos investidores”. Não comentando o novo imposto sobre o património lançado pelo Bloco de Esquerda e pelo PS, insistiu na necessidade de estabilizar a política fiscal.