EUA responsabilizam Rússia pelo ataque a equipas humanitárias na Síria

Um porta-voz da Casa Branca disse aos jornalistas que os EUA não têm dúvidas de que a destruição dos camiões de assistência humanitária se deveu a um ataque aéreo, perpetrado por uma de duas entidades: o exército sírio ou o russo

Uma vez que existia um acordo com a Rússia, no que toca à proibição de operações aéreas, em determinadas zonas da Síria, os norte-americanos responsabilizam Moscovo pelos ataques de segunda-feira, à coluna de camiões do Crescente Vermelho da Síria, que transportava bens fornecidos pelas Nações Unidas, destinados a ajudar cerca de 78 mil pessoas.

Das 31 viaturas, 18 foram destruídas, quando descarregavam a mercadoria na cidade síria de Urem al-Kubra, nos arredores de Aleppo, e 12 pessoas morreram.

“Consideramos o governo russo responsável pelos ataques aéreos”, anunciou o porta-voz Benjamin Rhodes, na terça-feira, numa conferência de imprensa. “Dado [que] o seu compromisso no âmbito do cessar das hostilidades era não levar a cabo operações aéreas onde circulasse ajuda humanitária”, justificou.

Para além desta posição oficial, fontes ligadas a Washington, que optaram por manter o anonimato, não têm dúvidas de que se tratou de um ataque russo. Ao “The New York Times” um destes oficiais disse que o exército norte-americano tem uma “imagem bem clara sobre os céus da Síria” e “sabe que o avião em questão era russo e não sírio”. À estação televisiva britânica BBC, um outro oficial garantiu que foram dois “aviões russos SU-24”  os responsáveis pelo ataque, em Urem al-Kubra.

A Rússia já tinha negado qualquer envolvimento na agressão, na terça-feira, através do porta-voz do ministério da Defesa, Igor Konashenkov, que explicou que, após a análise das imagens captadas por um drone, ficou “claramente visível” que se tratou de um ataque feito a partir de uma “carrinha de terroristas” que acompanhava a coluna.