Boleia de Ricardinho até à glória final

Portugal procura na Colômbia o título mundial que nunca alcançou no futsal. Não está no lote dos favoritos, mas se há algo que 2016 tem provado é que isso não significa nada…

Os exemplos não param de chegar. Do Leicester, na Premier League inglesa, a Portugal no Europeu de França, 2016 tem mostrado que no futebol, como em tudo na vida, não há impossíveis, apesar do que as «odds» dizem. E é com esse espírito que a Seleção nacional de futsal está a encarar o Mundial que se vai disputando por estes dias na Colômbia. O começo não foi o mais promissor, mas o fim dramático da partida inaugural devolveu a motivação à comitiva nacional: Portugal esteve a perder ao longo de todo o jogo com a anfitriã, mas conseguiu chegar ao empate no último segundo – literalmente!

Seguiu-se o Panamá. Aí, obrigados a vencer, os jogadores portugueses deram um verdadeiro show: 9-0, a maior goleada da história da seleção lusa na competição, e seis golos de Ricardinho, que assim se tornou no maior goleador de sempre de Portugal – já lá vão 113 remates certeiros.

Contrariar Brasil e Espanha

A conquista do Mundial é um sonho presente há muitos anos na cabeça dos portugueses. O melhor que a seleção nacional já conseguiu foi um terceiro lugar em 2000, na Guatemala, precisamente na primeira participação. Daí para cá, várias desilusões, como na última edição, em 2012: nos quartos de final, Portugal vencia a Itália por 3-0, mas permitiu a reviravolta, acabando eliminado de forma prematura.

Este ano, Portugal não está no lote de favoritos à vitória final – esse é ocupado exclusivamente por Brasil e Espanha, os dois únicos países que já se sagraram campeões do mundo: os brasileiros venceram por cinco vezes, enquanto os espanhóis – campeões europeus em título – conquistaram consecutivamente as edições de 2000 e 2004. E numa segunda linha, à frente de Portugal, ainda surgem Itália e Rússia, esta carregada de brasileiros naturalizados.

A esperança, porém, mantém-se, agora alicerçada nos resultados conseguidos na fase de grupos – e, principalmente, na forma como foram alcançados. Há um Ricardinho na máxima força, cheio de determinação e confiança, há Cardinal, Bruno Coelho e muitos outros nomes de respeito. Agora, só falta trazer o caneco para casa.