Síria. ONU vai retomar ajuda humanitária

Apoios estão suspensos desde que uma coluna de camiões com mantimentos foi atacada na terça-feira

As Nações Unidas anunciaram, na quarta-feira, que estão preparadas para retomar as missões de ajuda humanitária na Síria. O gabinete de coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU revelou, em comunicado, que são esperadas várias colunas de camiões no terreno, nesta quinta-feira, sem especificar, no entanto, para que zonas do país se vão dirigir.

“A preparação destes camiões já foi retomada e esperamos dar ajuda, às áreas sitiadas e de mais difícil acesso, o mais rápido possível”, referiu o porta-voz da OCHA, Jens Laerke, citado pela Al-Jazeera.

A ONU tinha decidido suspender toda a ajuda humanitária na Síria depois de, na terça-feira, 18 dos 31 camiões de uma coluna do Crescente Vermelho, terem sido destruídos, enquanto descarregavam a mercadoria, em Urem al-Kubra, nos arredores de Alepo. Os veículos transportavam medicamentos, roupas e alimentos, fornecidos pelas Nações Unidas.

Laerke confirmou que a ajuda vai ser retomada esta quinta-feira, mas não especificou para onde se irão dirigir as colunas. Segundo a Al-Jazeera, apenas se sabe que os camiões não irão para Alepo, um dos principais palcos de guerra da Síria, atualmente disputado pelos rebeldes e pelas forças do exército de Bashar al-Assad. O porta-voz da OCHA pediu, ainda assim, acesso “seguro, incondicional e sustentável” para “todos os sírios em necessidade, onde quer que eles se encontrem”.

Staffan di Mistura, um representante da ONU na Síria, também confirmou que os camiões de mantimentos irão regressar a determinas regiões do país “cuidadosamente e cautelosamente”.

O ataque à coluna do Crescente Vermelho provocou uma série de acusações, com os EUA a responsabilizarem a Rússia pelos bombardeamentos aéreos aos camiões e com os russos, por seu lado, a garantir que os ataques foram feitos por terra, por terroristas rebeldes.

O Grupo Internacional de Contacto para a Síria, que inclui a Federação Russa e os Estados Unidos, vai voltar a reunir-se, esta quinta-feira, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.  “Eles [EUA e Rússia] têm de convencer os seus (…) parceiros de que isto é sério”, pediu di Mistura, citado pela BBC. “A alternativa é o caos”, augurou.