Out Jazz x dez anos = Out Fest

Em jeito de celebração de uma década de concertos nos jardins e monumentos de Lisboa, o Out Jazz transforma-se, por um fim de semana, no festival Out Fest.

Dez anos é muito tempo. Em anos de Out Jazz são muitos concertos – 350 dias, muitas horas de música, muitos jardins, muitas praças, muitos espectadores – cerca de 500 mil. Todo este ‘muito’ justifica uma celebração e foi assim que nasceu o Out Fest, como uma forma de comemorar a viagem (atribulada) do Out Jazz.

A última edição desta temporada do Out Jazz terminou no fim de semana passado e portanto dificilmente haveria uma data mais apropriada para celebrar os dez anos da iniciativa que, durante cerca de cinco meses por ano, leva música, sobretudo nacional e sempre gratuitamente, a locais tão emblemáticos de Lisboa como o jardim da Torre de Belém, o jardim da Tapada das Necessidades, o Parque Tejo, o jardim da Estrela e o jardim do Campo Grande, do que este sábado e domingo, dias 24 e 25, entre as 14h e as 24h.

Organizado pela mesma equipa, a NCS, este Out Fest foi uma aposta de José Filipe Rebelo Pinto, o homem que criou o_Out Jazz, que encabeçou o projeto de dinamização do_Martim Moniz, e que lidera os dois espaços Topo, na praça do Martim Moniz e, o mais recente, nas ruínas do Convento do Carmo. E, mais uma vez, o produtor viu-se confrontado com desagradáveis surpresas: “Este ano decidi novamente apostar todo o meu dinheiro em algo que acredito que possa fazer a diferença. A paixão pela música e o sonho de trazer músicos dos quais sou fã ao nosso país fizeram com que apostasse novamente num novo desafio. Coloquei uma bilheteira no Out Jazz e em sete datas, com mais de 2000 pessoas por domingo, não vendi um único bilhete. Perceber que as pessoas quase nos insultam quando sabem que têm de pagar para assistir à celebração do 10.º aniversário do Out Jazz faz com que perca a vontade e a motivação de continuar”, desabafou na sua página de Facebook, pedindo ajuda na promoção do evento. Um pedido que parece ter encontrado respostas.

Dificuldades à parte, o Out Fest dividir-se-á em três palcos. Um deles, como não poderia deixar de ser, leva o nome da sua razão de ser. Pelo palco Out Jazz passarão, amanhã, o quarteto de Ricardo Toscano, numa incursão pelo jazz, e o DJ Johnny, membro fundador dos Cooltrain Crew, dos Raska Sound System e dos FanKambaReggae; no domingo este palco volta a abrir com jazz, pela voz de Salvador Sobral, e prossegue com o DJ Rykardo, nome regular nas sessões do Out Jazz.

O outro palco secundário faz-se de apenas dois nomes – Inês Inlectra no dia 24 e DJ Carie no dia 25, ambos entre as 15h e as 19h. Coisa estranha esta de um palco só com um nome por dia. Mas a verdade é que este Red Bull Silent_Garden também não é propriamente um palco. Por aqui, a música faz-se no silêncio, que é como quem diz: com auscultadores. Com curadoria da Red Bull, neste espaço o DJ toca e a música será transmitida, via Bluetooth, para cada par de auscultadores que se encontrem nesta zona.  Ou seja, quando vir pessoas a dançarem no silêncio, não pense que enlouqueceram.

Já o palco principal, que funcionará sempre entre as 14h e as 24h, apresentará alguns dos mais interessantes live acts nacionais da atualidade. É o caso de Mr. Herbert_Quain e de Twofold (ambos no sábado) e de DJ Ride – que aqui se apresentará com Live Band Feat Pimenta Caseira, e Moullinex & Xinobi, que subirão ao palco juntos (no domingo). Depois, é impossível não destacar os dois nomes internacionais deste cartaz. Se no sábado Nicola Conte levará até Cascais o seu jazz dançável, no domingo Daddy G, dos Massive Attack, vem representar Bristol e o dub, o reggae, o funk, o disco e até o hip hop.

 

Out Fest

Quando 24 e 25 de setembro, entre as 14h e as 24h

Preço 12€ (diário) e 20€ (2 dias). Gratuito até aos 12 anos

Hora Sexta e sábado (16h às 02h e domingo (14h às 20h)

Onde Parque Marechal Carmona, em Cascais

Mais informações www.out-fest.pt