Portugal perto de atingir a meta europeia de abandono escolar precoce

Taxa situa-se nos 13% e nenhum país europeu conseguiu reduzir tanto a taxa de abandono escolar precoce.

A taxa de abandono escolar precoce tem vindo a descer nos últimos anos e Portugal vai conseguir cumprir com o compromisso europeu de chegar aos 10% em 2020. Mas, em contrapartida, continuamos com uma das “mais elevadas taxas de retenção” na Europa.

Registou-se uma “melhoria substancial quando a taxa de abandono precoce desceu para a casa dos 13%” tornando o compromisso europeu “perfeitamente realizável”, lê-se no último relatório do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre o Estado da Educação.

Já em Fevereiro deste ano, o INE revelou que a taxa de abandono escolar precoce se situava nos 13,7% sendo este o valor mais baixo de sempre. Num ano, entre 2014 e 2015, este indicador desceu 3,7 pontos percentuais.

Uma diferença que aumenta se compararmos o nível de abandono escolar precoce que se registava em Portugal há cinco anos, quando em 2011 atingia os 23%.

Agora, o estudo do CNE sublinha que “não existe, no quadro dos países da União Europeia, nenhum país que tenha feito, num quarto de século, uma evolução similar à de Portugal”. 

A redução da taxa de abandono traduz que temos “mais jovens no sistema de ensino, durante mais tempo e com maior acesso ao sistema de qualificações”, elogia o presidente do CNE, David Justino.

No entanto, continuamos a ter “uma das mais elevadas taxas de retenção escolar da Europa”, alerta o também ex-ministro da Educação. É que, em Portugal, “um pouco mais de um terço dos alunos com 15 anos tem já no seu trajeto pelo menos uma retenção”.

Uma taxa que ainda aumenta se tivermos em conta todos os alunos do secundário. Nesse caso, a taxa de retenção ultrapassa os 40% “e o número médio de retenções ultrapassa os dois anos”. Este problema é comum, sustenta o CNE, quer às vias de ensino regular quer à profissionalizante, sendo esta “uma antecâmara do abandono”.