Portugal com a segunda maior taxa de proprietários imobiliários

Estudo sobre o mercado residencial mostra que 74,2% das famílias portuguesas têm habitação própria. Espanha lidera com quota de 77,7%

Um estudo sobre o mercado residencial na Europa, Médio Oriente e África, elaborado pela CBRE, mostra que Portugal é o segundo país com a maior taxa de proprietários.

De acordo com os dados divulgados pela consultora, em Portugal, 74,2% das famílias têm habitação própria. Em primeiro lugar neste ranking aparece Espanha, que lidera com uma quota de 77,7%. Muito abaixo ficaram países como a Alemanha e Suíça, onde apenas 52,6% e 44% das casas, respetivamente, são propriedade de quem lá mora.

E a consultora explica: “A discrepância estrutural entre os diversos mercados residenciais é demonstrada pelas diferenças no custo da habitação. Este indicador, medido pelo rendimento médio do agregado familiar, revela que em Lisboa o custo da habitação é dos mais elevados, com um peso de 32% no rendimento familiar, quando comparado com os países em análise – um valor superior a países como Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Holanda ou Suíça, e apenas mais baixo que Londres e Itália.”

A verdade é que, juntando todos os mercados analisados, verifica-se que mais de 60% das famílias vive em casa própria. Contudo, a análise dos índices de mercado, condições socioeconómicas e tendências demográficas revela “uma mudança estrutural complexa e profunda nos vários mercados de habitação”.

De acordo com Cristina Arouda, diretora de research & consultoria da CBRE, “o mercado de arrendamento está a ganhar considerável relevância face à propriedade de um imóvel, devido a fatores como a acessibilidade e a flexibilidade, em particular para os mais jovens”. Além disso, Cristina Arouda explica que “este fenómeno aplica-se principalmente aos mercados das grandes cidades, onde existem mais oportunidades de emprego e qualidade de vida que levam a fortes fluxos populacionais”.

Para a CBRE, este estudo ganha especial importância tendo em conta que se trata de uma análise das características de 16 países, na sua maioria europeus, de acordo com a economia e demografia de cada um. Também são analisadas as características da oferta habitacional, a estrutura de propriedade de um imóvel, a atividade de promoção imobiliária, o volume de transações e as tendências nacionais de arrendamento e preços de compra. São destacados os perfis dos países através de entrevistas com especialistas de mercado que comentam temas atualmente relevantes no setor da habitação, as tendências da oferta, procura e preços e os mercados em crescimento.

Para a consultora, o setor do imobiliário tem estado a crescer, o que também fez disparar o investimento. De acordo com um outro estudo da consultora imobiliária, o volume de investimento imobiliário em Portugal deverá atingir 1,8 mil milhões de euros em 2016, o segundo valor mais alto alguma vez registado em Portugal.