Álvaro Covões:“Quando a sociedade civil e a política se juntam, um mais um são três”

Falta contar histórias de heróis, congregar a oferta cultural e comunicar melhor o que acontece nas cidades, diz Álvaro Covões 

Nome indissociável dos festivais, Álvaro Covões acredita que se assiste cada vez mais a uma “maior aproximação entre a sociedade dita civil e a política”. Está ligado à Associação de Turismo de Lisboa e é presidente da Associação de Turismo Militar, chapéu sob o qual nos recebeu, no Restelo. O mote da conversa é o “Quartel da Cultura”, um projeto que diz ser “superdemocrático” e pensado eminentemente para os cidadãos, e não para os turistas. Uma conversa que saudavelmente descarrilou e em que o discurso de um homem habituado a fazer acontecer veio à tona – e desaguou numa mão-cheia de propostas para melhorar o turismo e as ofertas culturais.

Foi convidado para ser o presidente da Associação de Turismo Militar (ATMP). Porque acha que foi escolhido?

Estes tipos de associação, quando se fundam, penso eu, escolhem pessoas empreendedoras, mas não só. Muita gente só me conhece por causa do meu trabalho ligado à música, mas tenho trabalhado tanto a área da cultura como a do associativismo. O turismo militar está sempre ligado à cultura. Aliás, segundo a nova lei das Forças Armadas, a cultura também é uma valência tida em conta.

Foi à tropa?

Em 1989. Estive na EPAM, a Escola Prática de Administração Militar. Não foi fácil, a primeira semana foi um bocado difícil estar fechado num quartel. Mas era um grupo de gente muito gira.

Que idade tinha?

Entrei com 25, fiz lá 26. Já tinha tirado o curso, todos nós tínhamos ido para a faculdade. Fui obrigado a ir: na altura, a Constituição dizia que os portugueses tinham todos os mesmos direitos e obrigações, mas à tropa só iam os homens, era uma discriminação (risos). Apesar de guardar recordações simpáticas, porque é uma experiência diferente – deve ter sido a única instituição onde, de facto, se aprende o espírito de grupo e de sacrifício a sério –, questionava-me pelo facto de ter estado tanto tempo a estudar para depois ter sido obrigado a estar ali 15 meses. Havia sempre aquelas histórias de pessoas que iam à recruta e se queixavam que não faziam lá nada. Nesse sentido fui um felizardo, trabalhei sempre naquilo a que se chama agora auditoria e até fiz horas extraordinárias. Mas ninguém gosta de ir obrigado a lado nenhum. A tropa é, de facto, uma instituição diferente mas que tem também muitas coisas boas.

Houve algum episódio que o tenha marcado?

Para aí no segundo dia, um aspirante a furriel de instrução que devia ter uns 21 anos diz para nós: “Todos no chão a rastejar até mim!” E nós rimo-nos todos, do género a pensar, mas quem é que aquele chavalo achava que éramos. Depois amargámos, claro (risos). As boas recordações são, portanto, o espírito de grupo e de sacrifício. Outra coisa que aprendi lá: o difícil é chegar ao limite; depois, quando chegamos e achamos que é o fim, é o contrário. É o início. O limite das forças, muitas vezes, é o início. É muito psicológico.

Nunca lhe passou pela cabeça, portanto, que num futuro distante iria estar de certa forma ligado à defesa, a tentar dar dinamismo a edifícios que ficaram disponíveis para isso?

Não se pensa assim. Nunca considerei o Exército ou as Forças Armadas como uma instituição paranormal. Sempre gostei de história e a história militar confunde-se com a do país: os militares estiverem presentes em todos os momentos. Mais os militares do que a Igreja até, é curioso. Como essa história se confunde, quando surgiu este convite achei natural aceitar.

Como funciona a ATMP?

Todos os órgãos sociais da associação trabalham pro bono e, portanto, não o fazemos em full-time. Um dia, quem sabe, a associação pode vir a ter muitas pessoas a trabalhar. O que estamos a tentar fazer agora é lançar projetos que possam ser modelos para replicar. Quando se pôs a questão de alguns edifícios que poderiam estar disponíveis para rentabilização – e que muitas vezes não é só financeira, também pode ser cultural –, pensámos em desenvolver um projeto que também permitisse salvaguardar o património.

Há sempre uma lógica de preservação por detrás das propostas?

Hoje assiste-se à descaracterização dos quartéis. Se não os resguardarmos, daqui a 200 ou 300 anos não vamos ter quartéis do século xix e xx no país. A premissa é começar a preservar os quartéis que tenham peso histórico e façam parte do património. Por isso pensámos em criar o tal Quartel da Cultura, que é um modelo para ser depois aplicado noutros sítios. É uma ideia, no fundo, muito inspirada nas academias de futebol.

Como assim?

Há 20 anos, quando as academias apareceram espalhadas por todo o país, foram fruto da sociedade civil. E o que é que as academias de futebol conseguiram? Para já, aglutinar toda uma juventude numa modalidade desportiva. Depois, cada academia tinha uma equipa, que era a oficial, em que os miúdos não pagavam. Os clubes de futebol iam a essas equipas buscar o melhor dos melhores e conseguimos com isto, hoje, ter vários jogadores de topo. Em Portugal, quando uma coisa funciona, depois aquilo multiplica-se muito rapidamente. 

Trazendo isso para o Quartel da Cultura…

Pegando nesse modelo, achámos que nas artes também se devia fazer o mesmo. Dar a oportunidade aos jovens que se interessem pelas artes e que se interessem por estudar, expor, conviver e lançar negócios. E acima de tudo terem a possibilidade de trabalhar ou ensaiar num espaço low-cost. Faz sentido fazer isto antes que os espaços se deteriorem. Queremos aproveitar as oficinas para fazer ateliês de artes plásticas, outra tipologia de camaratas e oficinas para fazer galerias de arte, salas de ensaio para música e teatro, locais para trabalhar e expor, pequenas salas de espetáculo. Portanto, a ideia é, por um lado, criar uma comunidade artística que tenha espaço para trabalhar e mostrar o seu trabalho. Por outro lado, também nos parecia importante criar neste ambiente – e agora até está muito na moda – salas de co-working e de estudos. Para além disso, ter um cluster de startups ligadas, por exemplo, ao turismo militar e à cultura. Outra coisa que temos no nosso projeto é aproveitar as camaratas para criar residências de estudantes universitários. Lanceiros tem ali o polo da Ajuda e também está perto do Instituto Superior de Agronomia. Estamos a falar de umas centenas de camas a um preço superacessível para todos.

Falamos de que valores?

Qualquer coisa entre os 80 e os 100 euros. Queremos também aproveitar o verão e a época alta em Lisboa para poder desmobilizar essas camas para jovens turistas. Nesse caso, estamos não só a dar alojamento mas também uma experiência, no sentido de termos as camaratas dos praças, sargentos e oficiais e mimetizar a experiência militar. E não só, há muitas mais possibilidades. Vemos muitas vezes anúncios de convívios das companhias, porque não fazê-los dentro do quartel?

Como acha que as companhias iriam receber a nova vida de um espaço militar?

Acho que nenhum ex-militar ou militar gosta de ver o seu quartel desativado e fechado. O primeiro objetivo deste projeto é sempre rentabilizar o espaço, mas deixá-lo preparado para ter a mesma função caso seja necessário. Ou seja, respeitar a história e a construção dos espaços que, obviamente, têm de ser adaptados às regras de segurança modernas. Mas o modelo implica sempre que o espaço possa voltar a ser o que era. Um exemplo: em Portugal, há uns anos, os políticos resolveram arrancar os carris dos elétricos. Agora já se diz que os vão repor. É uma coisa estranha que revela falta de visão. 

Porque escolheram este quartel em específico?

Escolhemos Lanceiros porque foi um espaço construído para ser quartel, no século xix, curiosamente para albergar uma tropa de estrangeiros. Esteve sempre muito ligado ao regime português, tanto o ditatorial como o democrático. Seria triste ver aquilo transformado num condomínio ou até num hotel. Há muitos quartéis que são barracões; este é uma coisa feita a rigor, com toda a pompa e circunstância. A ideia é replicar depois este modelo pelo país todo, não só para manter o património militar, mas para enriquecer o país. E a melhor forma de enriquecer o país, todos nós sabemos, é através da cultura. É o ativo mais importante para tornar o país mais rico.

Sente que os portugueses têm consciência disso? Por exemplo, vimos recentemente um fenómeno de massas no MAAT. Isso significa que a sociedade está mais interessada nas ofertas culturais?

As pessoas têm sede de cultura, acho que isso é uma realidade. Aconteceu o mesmo na exposição da Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda. E o trabalho que faço com a Everything is New (EiN) há muitos anos também mostra isso. Obviamente que a oferta cultural também tem de ser importante. Por exemplo, no MAAT temos a arquitetura, arte e tecnologia, e foi isso que chamou os portugueses. Na Joana Vasconcelos tínhamos património, do palácio real, com arte contemporânea. Lembro-me que quando fizemos a exposição do Museu do Prado, no final, havia visitantes que perguntavam pelo resto do Prado, queriam que tivesse vindo a coleção toda. É curioso como estes fenómenos de massas vêm da sociedade civil: o MAAT é da sociedade civil, a exposição da Joana Vasconcelos foi meio meio, fomos nós (EiN) em parceria com a DGPC. Podia fazer-se muitos mais – às vezes, estes casamentos da sociedade civil com a política não acontecem com a frequência desejável.

É uma ideia que tem repetido em público algumas vezes. Porque diz isso?

Ainda vivemos com a síndrome do Estado Novo, achamos que o Estado manda em tudo.
Está a dizer isso porque teme que possa haver inviabilidade para que se realize um projeto como o Quartel da Cultura?
Não. Quando as pessoas percebem os projetos e quando os mesmos são financeiramente viáveis, as coisas acontecem. Outras vezes há muitos planos fantásticos que ficam na gaveta ou são mal aplicados. Se calhar há gente que vai ficar ofendida com o que vou dizer, mas é absolutamente ridículo o dinheiro que se gastou a fazer o novo Museu dos Coches. É um edifício fantástico, mas sem sensibilidade para receber aquela coleção. Se fosse eu a mandar, nunca escolheria aquele projeto para o Museu dos Coches, nunca. Seria, por exemplo, para o tal museu das Descobertas. Se havia dinheiro para gastar, deveria ter sido aplicado de modo diferente. Cometeu-se ali um erro: então não era prioritário ter-se acabado o projeto do Palácio da Ajuda, que parece uma zona bombardeada, e fazer-se a exposição permanente das joias da coroa? 

Agora, pelos vistos, essa sua sugestão vai acontecer.

Sim, e foi um projeto desenvolvido pela própria Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), não foi preciso contratar nenhum suprassumo estrangeiro e pagar–lhe uma fortuna. Foi um excelente arquiteto português, que conhece bem aquele património, que fez esse trabalho [João Carlos Santos]. Nem sei se estava incluído nas funções dele fazer aquilo, porque ele é uma pessoa eminente e até já foi diretor-geral interino. Mas fê-lo ao bom jeito português e desenvolveu o projeto. E desenvolveu muito bem.

A que jeito português se refere, ao de dar um jeitinho?

Dar o coração. Damos o coração.

Está estudado o tempo que os turistas gastam, em média, a visitar a zona de Belém, a dar o giro entre a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos e, agora, também ao Museu da Arqueologia.

Porque o diretor é uma pessoa fantástica e mudou a porta! (risos)

Acha que esse tipo de atitudes faz falta noutros monumentos de Lisboa?

Vou ser politicamente incorreto: todos os projetos de cultura deveriam ter parcerias nas áreas do marketing e da comercialização, porque é outro drive. As pessoas que estão muito envolvidas com a preservação do património são muito boas naquilo, mas algumas vezes têm dificuldades em comunicar, e muitas vezes não têm sequer os meios. Não podem ser bons curadores, bons historiadores e bons arqueólogos e ser bons marketeers – cada um no seu lugar. As parcerias de sucesso que a Everything is New fez nesse campo mostram que, quando se junta sociedade civil com sociedade política, um e um são três e não são dois. Acho que todas as instituições ou monumentos adorariam ter o seu espaço mais visitado e, para isso acontecer, é preciso marketing e agressividade comercial.

Para além disso, há mais alguma coisa que, na sua ótica de empreendedor, seja urgente fazer nesta área?

Nós temos um problema muito grande, e por isso é que eu também quis entrar para a Associação de Turismo de Lisboa: neste momento, não há uma entidade que congregue todas as ofertas. Na realidade, quando se chega a Lisboa e ao Porto, é tudo muito disperso. Temos um défice de informação de conteúdos culturais em Portugal. Se formos a Madrid, Londres, Paris, vemos publicidade da oferta cultural por todo o lado porque há uma política clara em relação a isso e não se praticam os preços comerciais normais como para aparecer publicidade a um carro ou a um operador de telecomunicações. Ainda agora estive em Paris e em todo o lado vemos mupis com os espetáculos. As cidades têm de mostrar a todas as pessoas que as visitam toda a oferta cultural, e não querer ganhar dinheiro com isso. Vamos a Londres e as estações de metro estão forradas de publicidade de teatros de 500 lugares. Se pagassem os preços normais, não o poderiam fazer. Depois há outro problema de desagregação. Só no caso de Lisboa, temos os militares com museus, a câmara com museus, a DGPC com museus e, se for preciso, ainda temos a Igreja e alguns particulares. E nós, portugueses, temos uma dificuldade imensa em falar uns com os outros, que é uma coisa que me faz espécie. E quando falamos é para complicar.

Tem mesmo essa ideia, do seu trabalho com as instituições?

E não só! Olhe, basta ver as reuniões de condomínio, dava um case-study porque, de facto, as pessoas odeiam-se. 

Lanceiros é a meio caminho do Palácio da Ajuda. Era mais uma “desculpa” para aumentar também os visitantes desse monumento?

Quando o conteúdo é bom, não são precisas desculpas. Falando como EiN, levámos 355 mil pessoas em cinco meses e meio ao Palácio da Ajuda e não foi preciso desculpa nenhuma. Este não é, no entanto, um projeto que se destine eminentemente aos turistas. 

Ouviu-se falar muito da criação de um Museu da Liberdade na Escola Prática de Cavalaria em Santarém. Entretanto, no espaço funcionam alguns serviços sociais mas, antes disso, as instalações foram pilhadas. É também para evitar este tipo de situações que surge a ATMP?

A política, às vezes, é engraçada: entrega–se a chave e depois logo se vê. Ouvi realmente dizer que esse espaço foi vandalizado, mas essa não é a nossa motivação: a motivação é, como já disse, criar um modelo que garanta a preservação do património. Toda a gente tem gostado muito do projeto e acham que faz muito sentido. Já o mostrámos ao ministro da Educação, por exemplo.

O projeto está em que fase?

Na fase em que o Ministério da Defesa diz sim ou diz não! (risos).

Há quanto tempo esperam esta resposta?

Há pouco tempo. Já nos foi pedido para demonstrarmos a exequibilidade económico-financeira do projeto.

Quer dizer que já têm investidores?

Não, é um projeto que se paga a si próprio, que é como quem diz, paga-se com o pelo do cão, porque a infraestrutura existe. Felizmente, a ATMP tem capitais próprios para fazer o investimento inicial. Depois o modelo está feito para ir gerando receitas, é um pouco o espírito do Lx Factory quando começou: depois de dar vida ao local, começou a gerar receitas para dinamizar o local. 

Para além deste projeto específico, têm outras cartas no baralho?

Vamos começar agora um ciclo de conferências. Uma das coisas que nos propusemos fazer, e que existe muito pouco no turismo em Portugal, é o storytelling. Às vezes até digo a brincar que parece que só tivemos um herói, que é o capitão Salgueiro Maia. Há histórias absolutamente fantásticas de bandeirantes e dos Templários, por exemplo. Essas histórias estão, muitas vezes, ligadas aos militares. É uma aposta nossa tentar criar dois ou três storytellings que sejam importantes e fazer com que as pessoas que nos visitam saiam daqui a contar essas histórias.

Qual é a importância disso, em termos práticos, para o turismo?

Vamos a Londres e levamos com o lorde Nelson, com a rainha Vitória e com a história do chá das cinco, que toda a gente sabe no mundo inteiro que é britânica. Se formos a Paris levamos com o Napoleão, o que até é curioso, tendo sido o Napoleão corrido pelos franceses e, hoje, um dos monumentos mais visitados é o túmulo dele (risos)! É essa a importância do storytelling.

Já têm algumas personagens históricas pensadas?

Estamos a trabalhar com historiadores. Há coisas muito interessantes e muitos mitos para desfazer. Por exemplo, ainda há muita gente que pensa que a Torre de Belém foi construída para o rei ir lá acenar às caravelas e não sabe que era uma torre de defesa feita para proteger a barra do Tejo. Também ninguém sabe que nós desenvolvemos uma técnica de artilharia através de ricochete – uma coisa básica, basta pensarmos nos seixos lançados à água. Foi uma técnica militar inventada numa altura em que a artilharia pensava sempre em distância e em direção, e com o ricochete bastava pensar na direção. Tornámo-nos uma potência militar muito à custa disto.

Gosta mesmo de história militar, não estava a brincar no início da entrevista.

Sempre me impressionou, especialmente a história dos fortes. Tivemos fortes na costa da África e da Ásia que ninguém nos conquistava, o que só era possível porque não conseguiam aproximar-se. Ormuz resistiu durante tanto tempo só com 100 homens lá dentro, é impressionante! 

Acha, portanto, que não sabemos é vender as histórias.

Adoro contar aos ingleses as histórias da criação do chá das cinco e de como lhes demos Bombaim como dote da rainha D. Catarina, o que possibilitou a entrada deles na Índia. O problema deles era chegar, e nós é que lhes abrimos a porta. Ou a história que se conta de quando a rainha chegou a Londres, de barco, e lhe ofereceram uma cerveja quente, e ela pediu um “tea” – deve ter dito “xai” ou assim. Isso dá-nos um storytelling brutal que ninguém sabe, que é a história de uma senhora provavelmente com um ranking cultural muito acima do homem com quem casou e que criou uma tradição brutal.

Não respondeu à pergunta…

Assim como aquela história que se conta de onde veio o nome “tea”. Diz-se que, quando as mercadorias chegavam do Oriente, passavam por Lisboa para pagar imposto na Casa dos Bicos, e aí os trabalhadores marcavam as caixas de chá que iam para Londres, o nosso grande parceiro comercial, com um T de transporte. Quando as caixas chegavam a Londres, eles diziam: “The T has arrived”. (risos) É uma história, mas há muitas. Há quem defenda que foram os chicos-espertos dos portugueses a inventar as paletes nas trincheiras, na i Guerra Mundial. Já falei disso com estudiosos e eles torceram um bocado o nariz. É o que é! Respondendo à pergunta: não, não sabemos vendê-las. Mas vamos mudar isso porque temos um potencial de histórias extraordinárias.