A vitória do PS e da incrível abstenção

Vasco Cordeiro teve menos 9 mil votos do que quando foi eleito pela primeira vez. O PSD, menos 6700

Os votantes nestas eleições regionais dos Açores foram apenas 93.189. É um número mínimo num universo eleitoral de 228.160 pessoas. A coisa já tinha sido má há quatro anos, quando votaram a abstenção já tinha chegado aos 52,1%. Em 2008, o número chegou aos 53,24%. É preciso recuar a 2004 para ver um nível de abstenção inferior a 50% nas eleições regionais dos Açores: 44,34%, um número melhor do que no ano 2000, quando os abstencionistas valeram 47,04%.

Em 1996, o ano em que Mota Amaral deixou o poder e Carlos César foi pela primeira vez eleito presidente do Governo Regional dos Açores, sem maioria absoluta, a abstenção tinha sido de “apenas” 40,98%.

Mesmo assim, um valor maior do que na última reeleição de Mota Amaral, em 1992, quando os votantes foram 62,37% e a abstenção se ficou pelos 37,6%. O ano que registou menor abstenção foi 1980: votaram 120.242 pessoas, 76,05% do universo eleitoral, 23,95% de abstenção. Nesse ano, com a enorme afluência às urnas, o PSD de Mota Amaral obtém a maioria de 57,3%, com o PS nos 27%.

Das eleições de 1980 para cá, a tendência de aumento da abstenção tem sido constante. A tendência da queda dos sociais-democratas vem de 1996, o primeiro ano em que Mota Amaral não se candidatou. Na última eleição de Mota, em 1992, o PSD tem 53,59%.

Desta vez, o CDS conseguiu recuperar o terceiro deputado que já tinha conseguido eleger no passado. Mas a aposta pessoal de Assunção Cristas na candidata de São Miguel falhou: o CDS não elegeu nenhum deputado em São Miguel. O CDS elegeu o líder regional, Artur Lima, pela ilha Terceira, outro pela ilha do Pico e os outros dois deputados pelo “círculo de compensação”. O CDS, com 6674 votos, aumentou a votação 1,49%, chegando aos 7,16%. No passado, o CDS chegou a ultrapassar os 9% nos Açores.

O Bloco também aumentou a votação 1,41%, tendo agora 3410 eleitores nos Açores e dois deputados eleitos. Fica à frente da CDU que também sobe 0,91% – tem 2431 eleitores nas ilhas dos Açores e um deputado eleito. O PPM conseguiu eleger um deputado, apesar de ter menos votos que o novo partido Pessoas-Animais-Natureza que conseguiu cativar 1332 açorianos.