Megaempreitada nos centros de saúde da região de Lisboa

O governo anunciou ontem 34 projetos de construção e remodelação a iniciar entre este ano e o próximo. A maioria é na região de Lisboa.

No próximo ano vai haver mais centros de saúde de cara lavada. O anúncio foi feito ontem no parlamento pelo ministro da Saúde. Adalberto Campos Fernandes revelou que este ano já foram fechados protocolos entre as administrações regionais de saúde e as autarquias para avançar com a remodelação e, na maioria dos casos, construção de raiz, de 34 unidades, um número sem precedentes nos últimos anos. Algumas obras já estão em construção. Os restantes trabalhos deverão avançar nos próximos meses.

A maioria das intervenções agora previstas, algumas já a decorrer, são na região de Lisboa, onde havia estruturas menos valorizadas, justificou o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde Fernando Araújo, adiantando que as obras terão um prazo de execução de 12 a 14 meses e implicarão um investimento superior a 34 milhões de euros, que será partilhado entre o Ministério da Saúde e as autarquias.

Ao todo, há 23 projetos garantidos na região de Lisboa e Vale do Tejo, dos quais quatro já estão concluídos: Martim Moniz, Carnaxide, Abrantes e São Martinho do Porto. Há ainda mais dois projetos ainda em fase de planeamento, que poderão arrancar também em 2017, mas serão financiados integralmente pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, adiantou a tutela, de forma a melhorar a resposta de cuidados primários de utentes de Peniche e Corroios, na margem sul.

Melhorar acessibilidades e resolver a falta de condições em alguns edifícios foi a prioridade para escolher os locais que serão intervencionados. Mafra, Sintra, Amadora, Torres Vedras e Oeiras serão alguns dos concelhos em que haverá obras de beneficiação. No final de Setembro, a câmara de Sintra, por exemplo, avançou com adjudicação do novo centro de saúde de Queluz, uma obra no valor de 1,2 milhões de euros que servirá nove mil pessoas. Outra valência há muito reclamada pelos munícipes é o novo centro de saúde para Agualva-Cacém, uma vez que o atual funciona num prédio de habitação.

Depois da região de Lisboa e Vale do Tejo, é a região Centro que soma o maior número de intervenções: oito, no total. Coimbra será uma das cidades a ter um novo centro de saúde.

Segundo dados fornecidos ao i, os 34 projetos assinados este ano são o maior número desde 2010. Nos últimos anos foram lançadas intervenções em 62 estabelecimentos, entre edifícios novos e requalificações.

A tutela não adiantou que montante será suportado pelo ministério e que parcela caberá às autarquias. Em Abril, o governo autorizou, através de diferentes despachos, que as administrações regionais de saúde assumissem encargos até 15 milhões de euros, na altura para 17 projetos. Por exemplo, os dois novos centros de saúde de Mafra, que vão abranger mais de 40 mil dos 65 mil utentes do concelho, representam um investimento de 1,8 milhões de euros para o Ministério da Saúde e o município vai suportar uma fatia de 30%, com recurso a fundos comunitários.