A Direção-Geral de Saúde esteve durante toda a manhã nas instalações do Hospital Garcia de Orta para analisar a falta de isolamento de doentes com bactérias multirresistentes, revelada hoje pelo jornal i.
A unidade hospitalar confirmou entretanto esta informação, referindo que aquela autoridade procedeu “a uma avaliação in loco”. É ainda afirmado que só será feito novo esclarecimento quando houver conclusões da referida análise.
O i noticiou hoje que naquele hospital há doentes infetados com bactérias multirresistentes como a E-coli e a Klebsiela que estão misturados nas mesmas salas com doentes que não estão infetados e inclusivamente com pacientes que foram submetidos a cirurgias, estando, por isso, ainda mais debilitados.
O Hospital Garcia de Orta reafirma no esclarecimento de hoje que “todos procedimentos de prevenção e controlo de infeção estão a ser cumpridos na Instituição de acordo com as normas nacionais e internacionais”. E lembra que “em nenhum caso, por incúria, é posta em risco a segurança quer de profissionais, quer de familiares ou visitantes”.
A terminar, o hospital diz que “face à gravidade das afirmações feitas na reportagem do Jornal I, se reserva ao direito de proceder em conformidade com os prejuízos que tais informações podem acarretar ao bom nome deste Hospital”.
O caso
Segundo fontes médicas revelaram ao i, vários doentes que, de acordo com as normas internacionais, deveriam estar isolados estão atualmente em quartos de três camas apenas separados da cama do lado por uma cortina de pano. As visitas entram e saem sem estarem equipadas.
Confrontado com este cenário, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, considerou tratar-se de uma situação “inaceitável” que precisa de ser esclarecida pelo hospital.
Dados consultados pelo i, bem como contactos de alguns familiares de doentes, deixam claro que são várias as irregularidades no serviço Medicina IV (Ginecologia Oncológica) do hospital.
Especialistas consultados garantem que o isolamento para pessoas com infeções graves como estas pode passar por haver um distanciamento dos outros doentes de pelo menos uma cama de intervalo, ou mesmo não ter mais ninguém no quarto.
No Garcia de Orta, nem uma coisa nem outra. A única barreira que separa infetados de não infetados é uma cortina.
