Web Summit. À conquista de alguém que possa ajudara desenvolver o negócio

Muito do calendário da Web Summit é preenchido por empreendedores que procuram investidores e parceiros.

“Quem já mudou de cidade ou de país levante a mão”, diz a oradora. A esmagadora maioria das pessoas, na assistência e no próprio palco, erguem o braço. Está encontrado rapidamente o participante/visitante tipo da Web Summit. Multilingue, viajado, com experiência de estudo ou de trabalho em diferentes países e indústrias.

A oradora era Joana Brilhante e apresentava a SPEAK. O palco era um dos pitchs – uma argumentação rápida para tentar convencer alguém a comprar ou a investir em alguma coisa. 

Neste caso, uma plataforma online que providencia uma experiência offline. O negócio é permitir a pessoas que tiveram de se mudar aprender a língua do sítio para onde se mudaram. Mas neste caso há também uma preocupação social. Joana Brilhante explica que esta é “uma solução de aproximação das pessoas” e foi pensada para que “emigrantes e refugiados” se possam inserir nas comunidades locais. É também uma experiência de voluntariado, quer para os professores, quer para as pessoas que possam ceder o local para as aulas. 

A plataforma precisa de financiadores e investidores e nada como um pitch num local de grande atenção mundial para o fazer. Mas a concorrência é grande, normalmente startups ou empresas recentes, e o júri incisivo. Modelo de negócio, historial, perspetivas: são tudo coisas que é necessário saber para ajudar na decisão de um investimento ou do vencedor. Além de uma argumentação para vender, um pitch é também um concurso, e quem vencer ganha um prémio monetário.
Na Web Summit, este foi apenas um dos muitos pitchs e deu para perceber que haverá vários potenciais vencedores. 
As duas primeiras propostas chegaram de empresários indianos. A eqpt.in é uma plataforma online, recente, que encontra, aluga, vende ou leiloa equipamentos para infraestruturas, enquanto a WhizzTips, já com mais tempo no mercado, procura fazer a ligação entre as competências/serviços e as necessidades numa comunidade local.
Esta empresa começou por providenciar os seus serviços “on demand, on place and online first” nos Emirados Árabes Unidos, que, segundo Prajit Arakkal, CEO da WhizzTips, têm um “elevado sentido de comunidade”. 

Aplausos A argumentação de cada um é seguida com atenção e os aplausos soam com maior ou menor intensidade, quer em função da sua qualidade ou do número de pessoas presentes ligadas aos projetos – muitas delas equipadas a rigor e a publicitar com eficácia, como, por exemplo, com a distribuição de cartões. 

As outras duas apresentações vieram de portugueses, um deles emigrado na Estónia há dez anos. João Rei apresentou a SmartID, uma ideia que tem como base a “falta de segurança na internet” e a “construção da confiança online” através da utilização das possibilidades tecnológicas inseridas nos chips dos cartões de identificação. 

O empreendedor argumenta que não existem muitos serviços disponibilizados para a utilização do cartão de identificação e revela que a sua empresa prestará esses serviços “com muito maior segurança que aquela que existe agora”. João Rei antevê que esta tecnologia evoluirá para uma “mobile ID”, em que os dados dos cartões de identificação estarão “inseridos nos cartões SIM” dos telemóveis.

Para o final deste pitch ficou a displr.com. Rui José, o CVO – chief visionary officer – da tecnológica portuguesa revela uma empresa “especializada em comunicação” alicerçada numa plataforma que “combina redes sociais e mobile engagement” para disponibilizar os melhores sítios e marcas.

Um pitch é dinâmico, ativo e instantâneo. Algumas falhas técnicas foram encaradas com mais ou menos paciência, com melhor ou pior humor e diferentes graus de ansiedade. Este é um evento que poderá ser decisivo para o futuro.
Foi depois de um pitch na Web Summit de 2014, ganho pela portuguesa Codacy a duas rivais de São Francisco , que Paddy Cosgrove, fundador da Web Summit, decidiu vir a Portugal conhecer o buzz das startups portuguesas. Foi aí que nasceu a oportunidade para o evento em Lisboa.